Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu Coronavírus

Monica Calazans corre o mundo ao tomar vacina 'da China'

Em países como Indonésia e Turquia, primeira dose da Coronavac foi dos presidentes

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A home page do South China Morning Post abriu foto de um lote de vacinas no Instituto Butantan, mas destacando que "a enfermeira Monica Calazans, de 54 anos, se torna a primeira pessoa a ser inoculada no país, recebendo uma injeção da Coronavac, da China".

Outros veículos no exterior, do Wall Street Journal ao argentino Clarín (abaixo), trouxeram nas páginas iniciais a foto de Calazans, com chamadas como "Brasil inicia o lançamento de sua vacina contra Covid 19".

A enfermeira foi também destacada nas agências, de vídeo na France Presse a foto na Bloomberg, esta anotando: "A vacina da Sinovac, atacada publicamente por Jair Bolsonaro 'por causa de sua origem' na China, tornou-se a única opção para o país começar a imunizar seus 212 milhões de habitantes".

O Global Times/Huanqiu, tabloide do PC, manchetou antes mesmo do início no Brasil que as vacinas chinesas de Sinovac, Sinopharm e Cansino "ganham reconhecimento internacional", listando mais de 20 países já em uso —com os presidentes de Indonésia e Turquia tomando as primeiras doses locais da Coronavac.

30 MORTOS E CONTANDO

O editor-chefe do Global Times, Hu Xijin, critica a cobertura ocidental por questionar as vacinas chinesas e, ao mesmo tempo, não noticiar as mortes vinculadas à vacina da Pfizer/Biontech na Europa.

Em título da Bloomberg no sábado (16), "Aumentam mortes por vacina contra Covid entre pessoas mais velhas na Noruega", somando 29, a partir de 75 anos. Segundo a agência norueguesa de saúde, "todas as mortes são ligadas a essa vacina".

A Austrália, que também comprou da Pfizer, "está buscando informação urgente" no país, com o Sydney Morning Herald já noticiando 30 mortos.

BRASIL SINISTRO E PREOCUPANTE

Em entrevista ao programa Meet the Press, da rede NBC, Anthony Fauci, principal autoridade sobre a pandemia nos EUA, afirmou:

"Ninguém quer que as pessoas entrem em pânico, mas... as pessoas precisam saber que há mais de uma cepa mutante. Há uma do Reino Unido, já essencialmente dominada, e há outra mais sinistra na África do Sul e no Brasil."

Na sexta, em pronunciamento, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, descreveu a variante brasileira como "preocupante".

ALEMANHA+CHINA+RÚSSIA

No fim de semana, o postulante a herdeiro de Angela Merkel que defendia, no dizer do New York Times, “fortes laços com os EUA”, Friedrich Merz, perdeu a eleição para chefiar o maior partido alemão.

E o vencedor, Armin Laschet, próximo de Merkel, promete "continuidade às políticas da chanceler amigáveis à China", anotou o chinês SCMP. Mais até, Laschet afirma "repetidamente a necessidade de diálogo com a Rússia", anotou o financeiro russo Kommersant.

AGENDA

O financeiro japonês Nikkei agendou, para esta semana cheia: divulgação do PIB da China de 2020 nesta segunda (18), com o único crescimento entre as grandes economias no ano; posse de Joe Biden nos EUA na quarta; e aniversário do "lockdown" de Wuhan no sábado.

O foco no noticiário chinês, a começar do financeiro Caixin, é nas relações com Washington após a investida final de Trump e do secretário Mike Pompeo contra Pequim, queimando pontes. Na manchete do SCMP, "O relacionamento EUA-China pode se recuperar depois de quatro anos de Trump?".

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