O noticiário financeiro ocidental reagiu em coro ao anúncio do general Joaquim Silva e Luna para presidir a Petrobras, no lugar de Roberto Castello Branco, "economista treinado na Universidade de Chicago", expressão usada da Bloomberg ao Wall Street Journal e ao Financial Times.
Foi a mais lida das reportagens da Bloomberg no mundo, ao longo da segunda-feira, "Mercados do Brasil caem com giro de Bolsonaro para o intervencionismo". O mandatário brasileiro "afirmou que pode fazer mais mudanças, inclusive em energia".
A agência financeira sublinha que "a popularidade de Jair Bolsonaro está caindo para perto de recordes de baixa depois que um programa de distribuição de dinheiro expirou em dezembro". E que o ministro Paulo Guedes se mantém "em silêncio". Em análise posterior, destacou que ele "desvanece" diante de Bolsonaro.
O WSJ levou à home a queda nas ações da Petrobras , segunda e terça, destacando que "a decisão do presidente brasileiro gerou uma crise de confiança no compromisso de seu governo com as políticas de livre mercado".
Informa que Silva e Luna "serviu ao lado do presidente décadas atrás, sob a ditadura militar do Brasil", e que o apelo de Bolsonaro a generais, em diversos ministérios, vem se ampliando.
O britânico FT levou a Petrobras à manchete em sua edição americana e noutras —embora não no Reino Unido, às voltas com a derrocada local. No enunciado (acima), "Brasil é abalado por ação de Bolsonaro de trocar chefe de petroleira por general do Exército". No texto:
"Muitos no poderoso lobby empresarial do Brasil apoiaram Bolsonaro quando ele concorreu, porque acreditavam que implementaria um ambicioso programa de privatização e desregulamentação. Mas, além de uma reforma previdenciária aprovada em 2019, a maioria das principais mudanças não aconteceu."
O financeiro alemão Handelsblatt publicou que a "Demissão do chefe da Petrobras afunda Bolsa brasileira em turbulência", enfatizando, logo abaixo, que, "Após a nomeação de um ex-general, o preço da ação caiu dois dígitos".
No financeiro francês Les Échos, na mesma linha, "Petrobras: Bolsonaro afunda Bolsa brasileira". Abrindo o texto, "Turbulência era esperada. Foi uma carnificina".
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