Com o enunciado “Diplomacia da vacina eleva influência da China na Europa”, o Wall Street Journal noticia que Hungria e Sérvia já estão usando, Montenegro e Macedônia começam em dias e Alemanha e Áustria também querem.
O problema foi que, no caso das "três vacinas" aprovadas antes na região, as americanas Pfizer e Moderna e a britânica AstraZeneca, "os fabricantes têm se debatido para entregar". Os EUA "se concentraram primeiro na imunização da sua própria população".
Uma autoridade húngara apontou que "o veto à exportação das vacinas pelos EUA" deixou seu país sem saída. Outra, sérvia, disse que tentou Pfizer e AstraZeneca, conseguiu poucas doses e "é porque apelamos à China que temos a melhor vacinação na Europa".
A questão se estende à América Latina. No Washington Post, "Estrangeiros estão tomando vacinas nos EUA". Logo abaixo, detalha serem latino-americanos, "possivelmente milhares". Cita celebridades de México e Argentina que viajaram a Miami para tomar.
Informa que o governo mexicano havia encomendado ao laboratório "agressivamente, mas os suprimentos da Pfizer secaram". E que os governadores de Flórida e Texas já se mexem para barrar os estrangeiros.
O site da organização americana AS/COA alerta para "momento emblemático", ocorrido duas semanas atrás. No título da mexicana Proceso: "Não chegam vacinas... E López Obrador pede a Biden. Mas o mandatário lamentou não poder ajudar".
Brasil, Chile, Peru, Argentina e o próprio México já se voltam para a China, quando não Rússia, avisa a AS/COA, falando em "consequências imprevisíveis para alianças e a geopolítica na América Latina".
DESPACHO DO RIO
Na home do Washington Post (acima), do correspondente: "Minha mulher e eu pegamos Covid-19. Nosso médico no Brasil prescreveu um remédio usado para tratar parasitas em gado".
'SHAME ON YOU, NYT'
No final da semana, o New York Times publicou que a "China se recusou a entregar dados importantes à OMS", reportagem que levou a uma cobrança agressiva de Pequim por Washington, em seguida.
Mas cientistas da missão da Organização Mundial da Saúde à China saíram denunciando, via Twitter: "Nossas declarações foram propositalmente distorcidas". Um deles, que preside a EcoHealth Alliance, de Nova York, foi além:
"É decepcionante gastar tempo com jornalistas e ver citações selecionadas erroneamente para se encaixar numa narrativa prescrita previamente. Você devia se envergonhar, NYT."
NÃO É GENOCÍDIO
Destaque do fim de semana no site da Economist, o editorial "Como falar sobre Xinjiang" anota que o secretário de Estado de Biden, ecoando o de Trump, "chamou de 'genocídio' a perseguição aos uigures", muçulmanos daquela região chinesa. "Mas isso é correto?", pergunta, para responder que "não é".
Pequim "trancou talvez um milhão deles" e "esterilizou algumas mulheres uigures. Mas isso não é chaciná-los". Argumenta que "Biden está certo em criticar os abusos, mas deve fazê-lo com verdade". Acusar a China de genocídio, "na ausência de assassinato em massa, é diminuir o estigma único da palavra".
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