Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu Coronavírus

No 'pior lugar do mundo', o Brasil, médicos também começam a desistir

Washington Post retrata impacto da escolha constante de quem vai morrer e viver, em todo o país

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Na chamada da NPR, a rede pública de rádio dos EUA, para reportagem sobre a pandemia, "O Brasil parece o pior lugar do mundo".

E o Washington Post publicou mais uma extensa reportagem, agora com os médicos que vêm escolhendo os brasileiros que vão morrer e viver (abaixo).

Na primeira cena, uma cama vagou num hospital de Florianópolis e a médica precisou escolher, junto à ambulância, um entre 15 doentes, para salvar. "Não sei como isso vai me afetar", disse ela.

Segundo o jornal, além de vagas e oxigênio, "agora o país está ficando também sem médicos". Eles que em muitos casos, nas últimas semanas, passaram a "bombear pulmões manualmente, com válvulas de silicone".

Noutra cena, em Fortaleza, um médico relatou a escolha que precisou fazer, entre um jovem na casa dos 20 anos e uma mulher com perto de 90. Só um deles poderia ser entubabo e "o mais jovem tinha uma chance maior de sobreviver".

O médico agora tem pesadelos. "Vê pacientes pelos corredores. Vê um jovem chorando sobre o corpo de sua mãe, que havia infectado depois de ir a uma festa."

Noutra, um médico de Manaus mostrou as mensagens em seu telefone, como "Meu tio precisa de uma cama" ou "Conte sobre minha esposa. Nós temos dois filhos".

Mas ele não já sente empatia, só irritação. "Quem não precisa de alguma coisa?"

SEM REBANHO

A Índia enfrenta nova onda da pandemia devido à "imunidade desvanecente daqueles previamente infectados", segundo o WP, ou à "reinfecção", no dizer do Financial Times.

No ritmo em que está, segundo o Hindustan Times, "a onda da Índia ultrapassará a dos EUA no dia 27 e a do Brasil, o maior 'hot spot' do mundo, em 2 de abril".

BÊNÇÃO DE BIDEN

Na China sob cerco crescente do governo Joe Biden, o financeiro Caixin está otimista, destacando que o secretário de Estado "diz que os EUA não vão forçar uma escolha 'nós ou eles'" em relação a Pequim, para outros países.

Mais importante, "Estímulo dos EUA está a caminho da China". Em outras palavras: "Americanos carregados com cheques de US$ 1.400 do governo prometem ser uma bênção para os exportadores chineses".

COMEÇOU

No tabloide Global Times ou Huanqiu, do próprio Partido Comunista da China, "o departamento de propaganda do Comitê Central divulgou o logotipo oficial [acima] para as atividades que marcam o 100º aniversário da fundação", em julho.

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