Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Polícia dos EUA diz que não é crime de ódio racial, imprensa publica

Assassino de Atlanta teria dito 'Vou matar todos os asiáticos', noticiaram jornais coreanos

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O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, estava na Coreia do Sul para uma nova rodada de ataques à China, quando veio a público a chacina de coreanas em Atlanta. "Estamos horrorizados", disse ele, como mostrou a NBC.

Naquele momento, o Chosun Ilbo, um dos maiores jornais do país, destacava a frase que uma testemunha disse ter ouvido do assassino, em Atlanta: "Vou matar todos os asiáticos".

Ela não ecoou na imprensa americana. Pelo contrário, no relato da colunista de mídia do Washington Post:

"Tuítes, notificações e as primeiras reportagens de quase todas as grandes organizações jornalísticas basicamente repetiram a afirmação [da polícia] de que o crime horrível não parecia ter motivação racial e não estava sendo classificado como crime de ódio."

A fonte era um capitão, que justificou não ser crime de ódio racial com uma declaração do assassino, sobre seu suposto vício sexual. O capitão acrescentou então a frase "infame", como descrita no WP: "Ele estava farto e no fim da linha, e ontem foi um dia muito ruim para ele".

Levantaram-se posteriormente episódios de racismo do próprio capitão de polícia, contra chineses.

PS 9h - O WP enfatiza que a falta de informação persiste: "Dias depois, os detalhes sobre uma vítima de etnia chinesa são escassos".

RACISMO SOFT

Em meio ao impacto da chacina de asiáticas, o New York Times publicou mais um texto crítico às vacinas chinesas, agora dizendo que a mais recente "é feita a partir de células de ovário de hamster".

A reação foi tão negativa em mídia social, com cientistas negando e apontando "racismo soft" no título, que o jornal mudou para o enunciado neutro "China aprova quinta vacina contra Covid-19".

COMEÇA MAL

South China Morning Post (acima, com foto do secretário dos EUA no aguardo da comitiva chinesa) e outros veículos, nos dois países, seguiram ansiosamente o primeiro encontro no Alasca.

Mas o financeiro Caixin, de Pequim, foi abertamente pessimista, prevendo "pelo menos dez anos de relações geladas —então, vamos torcer para que conflitos militares não aconteçam, no estreito de Taiwan ou no Mar do Sul da China".

VOGUE CANCELA

Dias antes de assumir como editora-chefe da Teen Vogue, a jornalista Alexi McCammond afirmou que, junto com a publicação, estava desistindo por causa de "tuítes do passado".

Adolescente, ela escreveu mensagens preconceituosas contra asiáticos, pelas quais se desculpou, mas a equipe que comandaria não aceitou.

CANCELA SUBSTACK

A plataforma de jornalistas independentes Substack perdeu parte deles, inclusive Alicia Kennedy, em meio a críticas às opiniões supostamente preconceituosas de algumas de suas estrelas, como Andrew Sullivan e Glenn Greenwald.

Os que saíram podem acabar no Facebook, que está criando um clone de Substack. O que deflagrou a retirada foi a confirmação de que a plataforma decidiu subsidiar alguns, mas não todos os seus jornalistas.

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