Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu Coronavírus

Agora 'hot spot' ao lado do Brasil, Índia abandona diplomacia da vacina

Cobertura externa vê Brasil como 'Fukushima biológico'; Economist ri da 'ignorância' de Bolsonaro

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Bolsonaro rejeita lockdown e o indiano Narendra Modi toma vacina, noticiou o Washington Post. Mas o que foi para a home do jornal, juntando os dois, foi que "Brasil e Índia agora são os pontos críticos" no mundo, "com recorde de casos e mortes".

A novidade é a Índia. O Brasil já vem sendo tratado corriqueiramente, como na manchete do Drudge Report, por "Fukushima biológico". Ou com charges como esta, da nova edição da Economist:

Na Economist, enquanto a cabeça de Bolsonaro é abastecida com 'ignorância', 'obstinação' e 'hubris', um ceifeiro de vidas comenta: 'As pessoas estão erradas ao dizer que a resposta de Bolsonaro à pandemia no Brasil foi vazia' - Reprodução

Na Índia, o maior jornal, Jagran, manchetou que a "segunda onda se tornou incontrolável", com vários estados já adotando lockdown.

E o Times local, terceiro jornal do país e maior em língua inglesa no mundo, perguntou no alto da home: "A diplomacia de vacinas da Índia prejudicou a luta contra a Covid?". Em resposta às críticas, Modi ordenou no fim de semana "a virtual paralisação das exportações, priorizando fornecimento à sua própria população".

PARAGUAI SEM SAÍDA

Na véspera, a Índia enviou um lote de vacinas ao Paraguai, mas o bastante só para 50 mil pessoas, num país de 7 milhões. Foi a pedido dos EUA, que não aceitaram que o Paraguai recorresse à China.

O paraguaio ABC Color publicou que o imunizante enviado, Covaxin, foi "rejeitado pela agência sanitária do Brasil". Em editorial, cobrou no título que "temos que procurar alternativas".

INDONÉSIA VOLTA À CHINA

O japonês Nikkei destacou que a Indonésia, quarto país em população no mundo, "abriu discussões com o governo chinês para 100 milhões de doses adicionais da Sinovac". Foi porque a "Índia está atrasando os embarques" de AstraZeneca.

Paralelamente, em reportagem mais extensa, o Nikkei levantou os números e levou ao título que a China é "a grande vencedora" na diplomacia das vacinas, já chegando a mais de 70 países.

DESASTRE

Na Austrália, "Vacinação em desordem: risco à saúde força troca da AstraZeneca", manchete do Sydney Morning Herald, descrevendo como "desastre" o impacto da vinculação do imunizante a trombose.

Na Alemanha, também dependente da AstraZeneca, as manchetes dos principais jornais, Süddeutsche e Frankfurter Allgemeine Zeitung, abordaram o anúncio pelo governo alemão de que vai negociar a compra da vacina russa, Sputnik V.

YUAN DIGITAL E O PODER AMERICANO

No WSJ, destaque em suas versões americana e chinesa (acima), "China cria sua própria moeda digital, a primeira de uma grande economia", no que a longa reportagem descreve como "uma reimaginação do dinheiro que pode abalar um pilar do poder americano".

Ressalta frase do diplomata Nicholas Burns, o favorito para novo embaixador em Pequim: "Os chineses criaram um problema para nós, retirando nosso poder de sanções".

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