Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Linchamento afeta narrativa sobre Israel e os palestinos

Presidente israelense diz temer 'guerra civil'; para líderes palestinos, 'conversa sobre guerra civil é distração' da verdadeira causa do conflito

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Na manchete do New York Times ao longo da tarde, “Judeus e árabes entram em confronto nas ruas de Israel, agitação civil se espalha”. Outros acompanharam, falando em violência “comunal”.

Ecoavam o primeiro-ministro israelense, que segundo o NYT “apelou pelo fim dos ‘linchamentos’”, um deles ao vivo pela TV (abaixo), e também o presidente israelense, que “evocou o espectro de ‘guerra civil’”. Por outro lado:

“Líderes palestinos, porém, disseram que a conversa sobre guerra civil é uma distração do que eles veem como a verdadeira causa: brutalidade policial contra manifestantes palestinos e ações de grupos de colonos israelenses de direita.”

O NYT anotou, no final, que “a invasão da mesquita de Al-Aqsa pode ter sido a centelha para o ciclo de hostilidades”.

POR ENGANO

Denunciando “censura do Facebook”, o BuzzFeed noticia que “o Instagram removeu posts e bloqueou hashtags sobre uma das mesquitas mais sagradas do Islã, porque seu sistema de moderação de conteúdo por engano associou-a a uma designação que a empresa reserva a organizações terroristas”.

Os posts com a hashtag #AlAqsa e sua versão em árabe foram derrubados até funcionários da plataforma reclamarem, na terça.

O LADO DA OCUPAÇÃO

O apoio irrestrito dado por Joe Biden ao governo israelense tirou a congressista Alexandria Ocasio-Cortez do muro. Em mensagem que viralizou, ela o critica por “reforçar a ideia falsa de que os palestinos instigaram” e cobra “o reconhecimento do que precipitou este ciclo de violência, a saber, as expulsões de palestinos e os ataques a Al-Aqsa”.

Afirma que o presidente americano “desumaniza os palestinos” e que, em suma, “toma um lado —o lado da ocupação”.

ARRANCAR PELA RAIZ

À noite, no momento em que as “Forças terrestres israelenses atacam Gaza, em grande escalada”, o destaque ao lado da chamada do NYT foi para uma coluna de Bret Stephens, defendendo que Israel “precisa arrancar pela raiz o Hamas”.

Mas a cobertura de EUA e Europa entrou pela madrugada sem confirmar se a invasão aconteceria, como anunciou —e recuou— Israel.

POR TODA A AMÉRICA LATINA

O principal telejornal (acima) e o diário Granma cobriram extensamente o início da vacinação em Cuba, com Abdala, um dos imunizantes desenvolvidos no país.

Financial Times também, destacando que as vacinas cubanas "podem melhorar o acesso à inoculação por toda a América Latina".

PONTES DIPLOMÁTICAS

A agência Reuters despachou que Juan Orlando Hernandez, presidente de Honduras, um dos poucos países da América Latina que têm relações com Taiwan, não com a China, ameaça “abrir um escritório” em Pequim, “numa tentativa de adquirir vacinas”.

Falando originalmente à TV hondurenha, ele disse estar buscando “pontes diplomáticas” no México, Argentina, Chile e El Salvador.

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