Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Xi, Biden e Modi entram em disputa pela Rússia de Putin

China, EUA e Índia buscam encontros e parcerias com Moscou, informam jornais chineses, americanos e indianos

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No final da semana, Global Times e South China Morning Post cobriram a reunião de Xi Jinping e Vladimir Putin, para lançar as obras de quatro reatores nucleares na China com "tecnologia russa".

"As relações Rússia-China atingiram o nível mais alto da história", declarou o presidente russo.

O Global Times, ligado ao PC, levou ao título o "significado estratégico" do projeto. E sua manchete de terça (25), sobre a visita a Moscou de Yang Jiechi, o principal assessor de política externa de Xi, foi "China e Rússia miram consertar a 'desordem global' em meio à retirada dos Estados Unidos".

Vladimir Putin e Xi Jinping durante videoconferência para dar início à construção de reatores conjuntos - Xinhua

Também na terça, New York Times e Wall Street Journal destacaram que "Biden vai se encontrar com Putin no mês que vem, em Genebra". Segundo o NYT, a reunião, proposta pelo americano, "deve se concentrar fortemente na prevenção de escalada nuclear".

O WSJ registrou a crítica da oposição republicana, cobrando que, "em vez de tratar Putin como um gângster, estamos dando a ele seu precioso Nord Stream 2", referência ao gasoduto ligando a Rússia à Alemanha, que o governo Biden acaba de liberar.

Ainda na terça, indianos como Economic Times destacaram que a "Produção da Sputnik V começa na Índia; 100 milhões de doses serão fabricadas por ano". Segundo o Times of India, o país vai responder por 70% da produção mundial da vacina russa.

Talvez mais importante, o indiano Jagran, maior jornal no país do primeiro-ministro Narendra Modi, noticiou que a "Índia receberá em outubro o sistema de mísseis antiaéreos S-400", o "avançado sistema de defesa da Rússia", contra o desejo tanto dos EUA como da China.

DE OBAMA PARA LUKACHENKO

O NYT publicou editorial afirmando que "Aleksandr Lukachenko, presidente de Belarus, foi longe demais e não pode ficar sem resposta", sobre a prisão de Roman Protasevich.

E dedicou três parágrafos para responder que não se deve comparar a recusa de sobrevoo por países europeus ao avião do ex-presidente boliviano Evo Morales, em 2013, com "forçar um avião comercial a pousar com um alarme falso, acompanhado de jato militar".

A comparação foi levantada em mídia social e na plataforma Substack, por Glenn Greenwald e pelo próprio Edward Snowden, que os EUA acreditavam estar a bordo, em 2013. O avião de Morales foi forçado a pousar na Áustria, por falta de combustível, e revistado, atrás do ex-espião, delator do escândalo da NSA.

No editorial, o NYT reconhece que "muitas das críticas dirigidas ao governo Obama na época eram justificadas".

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