Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Apple Daily, de Hong Kong, prepara a sua última edição

Após congelamento de ativos e prisão de editores e executivos, tabloide perdeu metade da Redação

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O tabloide Pingguo Ribao ou Apple Daily prepara uma última edição para rodar à meia-noite de Hong Kong (13h em Brasília), como acompanha ao vivo o South China Morning Post, em manchete (abaixo). É chamada também por New York Times e outros.

O anúncio foi feito no site em chinês do Pingguo Ribao. Antes prevista para sábado pela empresa, devido ao congelamento de seus ativos financeiros pelo governo local, a suspensão foi adiantada devido à limitação de mão de obra.

Desde a prisão de cinco de seus principais executivos há uma semana, inclusive o editor-chefe, metade da Redação teria se demitido. O tabloide, que só tem edição impressa em chinês, já havia suspendido seu site com textos vertidos para o inglês.

Um jornalista não nomeado, preparando a última edição, descreve a Redação como "bem mais silenciosa que de costume" e diz que "é simplesmente patética a forma como está acabando".

Acrescenta que esperava o desfecho desde agosto —quando foi aprovada por Pequim uma lei de segurança nacional para a cidade, logo seguida por uma primeira operação policial na Redação e pela prisão de seu proprietário, Jimmy Lai.

O SCMP, principal diário de Hong Kong, do bilionário Jack Ma, destaca que a União Europeia já reagiu, dizendo que o fechamento mostra que a nova lei está sendo usada para "sufocar a liberdade de imprensa e a livre expressão de opiniões".

Acrescenta que "a erosão da liberdade de imprensa também vai contra as aspirações de Hong Kong como centro internacional de negócios".

FALAR PODE SER CRIME

Na chamada do NYT, "Apple Daily, jornal pró-democracia de Hong Kong, diz que vai fechar", em meio a "investigação de segurança nacional". No texto:

"O fechamento silenciará um dos maiores e mais agressivos veículos da cidade, reforçando o amplo alcance da lei imposta a Hong Kong por Pequim. Desde sua aprovação há quase um ano, ela causou arrepios na mídia de Hong Kong, que já foi de atitude livre, conforme navega num ambiente traiçoeiro em que falar pode ser um crime."

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