O Washington Post revelou que ex-militares da Colômbia envolvidos no assassinato do presidente do Haiti haviam sido treinados pelos EUA. O Miami Herald destacou que o governo da Colômbia confirma que eles foram ao Haiti sabendo ser "missão para matar". E o New York Times ressaltou que o chefe de segurança do presidente haitiano, agora preso, esteve pouco antes, várias vezes, na Colômbia.
Mas o foco americano continua na Flórida, onde a operação teria sido preparada, segundo os mesmos, anotando cobranças sobre FBI e outros quanto ao esclarecimento das "ligações dos EUA com a morte".
Wall Street Journal e o site Politico destacaram que a pressão em Miami e Washington é por intervenção militar tanto no Haiti como em Cuba.
E na América Latina como um todo, região que está "há muito negligenciada", onde "China e Rússia ganharam influência conforme os militares americanos priorizavam o Oriente Médio". Cobram-se mais recursos para o Comando Sul, recriado na Flórida para ações no, segundo o Politico, "quintal da América".
NÃO NESTE MOMENTO
Agora são democratas que pressionam, mas outros democratas resistem, em veículos como os mesmos WP e Politico. Em extensa reportagem, o jornal de Washington alerta que a situação em Cuba e no Haiti "poderia representar duas crises de imigração". E o secretário de Segurança Interna de Joe Biden declarou publicamente "para cubanos e haitianos: Não venham aos EUA".
Na CNN, quem falou contra os "chamados por intervenção em Cuba e no Haiti", criticando "a pose política de alguns no Sul na Flórida", foi Dan Restrepo, ex-assessor de Barack Obama para a região. "A verdade dura e simples", diz ele, é que não vai acontecer.
Por fim, o próprio Joe Biden declarou, em coletiva: "A ideia de mandar forças americanas ao Haiti não está na agenda neste momento".
E O BRASIL?
Em outra coletiva, entre perguntas sobre Haiti e Cuba, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, foi questionado sobre os ataques de Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro, "sem provas". Resposta: "O que defendemos no mundo todo, isso é não é exclusivo para o Brasil, são eleições livres".
Questionado se os EUA não estariam sendo "pacientes" com Bolsonaro, ele que "está seguindo Trump" sobre eleições, a resposta foi: "Não gostaria de caracterizar o que o presidente brasileiro está dizendo".
DE MANEIRA GERAL
Questionado então sobre o "assédio de Bolsonaro contra jornalistas" e, especificamente, sobre o ataque de seu advogado a Juliana Dal Piva, do UOL, a resposta foi: "Bem, de maneira geral, o Departamento sempre se preocupa quando jornalistas enfrentam ameaças".
Por fim, cobrado sobre a prioridade americana a direitos humanos, falou que os EUA sempre os defenderão, "não é exclusivo para o Brasil, não é exclusivo para país nenhum".
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