O Wall Street Journal, que soltou em setembro a primeira leva de reportagens que chamou de The Facebook Files, Os Arquivos do Facebook, voltou à carga no fim de semana.
Foram três: "Facebook suprime cada vez mais movimentos políticos que considera perigosos", nos EUA e no mundo; "Aplicativos do Facebook são usados para espalhar ódio na Índia", de organizações hindus ligadas ao governo, contra muçulmanos; e "Chat interno do Facebook mostra a política frequentemente no centro da tomada de decisões", como a isenção dada ao site Breitbart.
O problema é que o material desta vez foi passado pela fonte a outros veículos, inclusive New York Times e Washington Post, o que escancarou divergências de edição e motivou "caos" na publicação —e conflito em mídia social entre os próprios repórteres, quando o NYT saltou na frente, publicando antes.
Houve divergência até no nome dado ao material, com NYT e outros usando The Facebook Papers, Os Papéis do Facebook. Mas é a diferença na edição da primeira reportagem que chama a atenção.
De um lado, o WSJ enfatizou que o Facebook assumiu "papel de árbitro do discurso público" e, "devido ao enorme tamanho de sua base global, as decisões sobre quem silenciar podem ter grande impacto".
De outro, NYT, WP, NBC e CNN optaram por destacar que a plataforma permitiu o avanço da extrema direita pró-Donald Trump antes da eleição de novembro e da invasão do Capitólio em 6 de janeiro —com documentos já revelados pelo BuzzFeed em abril.
O repórter que iniciou toda a cobertura no WSJ há mais de um mês, Jeff Horwitz, tentou acalmar as disputas, dizendo haver "muitas matérias interessantes para ler", nos vários veículos, e ressaltando a frase de um muçulmano de Mumbai, num relatório do Facebook:
"Se a mídia social prosseguir mais dez anos assim, só haverá ódio."
GOOGLE TAMBÉM
Além do Facebook, o WSJ abriu nova frente contra o outro gigante americano de tecnologia e mídia. Na principal chamada da edição impressa de sábado, "Google cobra mais que o dobro dos rivais em taxas sobre anúncios", pelo que revelou um processo.
Refere-se à plataforma do Google para intermediação de negócios entre compradores e vendedores de espaço publicitário online.
GRANDE MARCHA TECNOLÓGICA
A Caixin revelou o lançamento pelo Alibaba de "seu próprio chip" (imagem acima). E o Diário do Povo, do PC, saudou como "um passo à frente" para lidar com os "pontos de estrangulamento" na "Grande Marcha para a autossuficiência tecnológica" da China, como informou o South China Morning Post —que é do Alibaba.
A notícia, somada à viagem para a Europa do CEO do Alibaba, Jack Ma, fez saltarem as ações da empresa, segundo a CNBC.
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