O site Politico, de Washington, hoje controlado por um grupo alemão de imprensa, obteve a lista dos governos convidados para a Cúpula da Democracia de Joe Biden.
O brasileiro Jair Bolsonaro é um dos nomes para o encontro que deve reunir cerca de cem governantes, nos dias 9 e 10 de dezembro —e não será mais, como projetado inicialmente, presencial. Cada um terá "só uns poucos minutos para falar" por vídeo.
O Politico ouve de um acadêmico americano a crítica de que o encontro vai passar ao largo, por exemplo, dos regimes que "estão mostrando regressão" democrática.
A Reuters, que confirmou a relação de países divulgada pelo site, reportou que a "Lista de convidados problemática lança uma sombra sobre o impacto" da cúpula (acima).
A agência contrasta a presença de Israel e Iraque com a ausência da Turquia, o convite a Polônia e Filipinas com a omissão da Tailândia. E ouve de ativistas que "o convite para países com histórico problemático de direitos humanos levanta dúvida sobre a credibilidade do evento".
Muitos na lista nem podem ser descritos como democracias, caso do Congo, diz o site republicano (antiTrump) The Bulwark, vendo "considerações geoestratégicas que diluem a mistura democrática".
O site questiona o porquê da cúpula, se ela for "apenas uma reunião de países-de-que-a-América-precisa, sem nenhum outro critério".
ALIANÇA CONTRA A CHINA
Além da lista, o Politico teve acesso à proposta que Biden deve levar, de criar uma Aliança para o Futuro da Internet, que deixa claro seu alvo:
"A formação desta Aliança é resposta ao surgimento de uma visão alternativa da internet como ferramenta de controle estatal promovida por potências autoritárias como a China e a Rússia."
GUERRA TECNOLÓGICA
A Caixin destaca que a TSMC, gigante de chips sediada em Taiwan, "garante a confidencialidade dos clientes ao enviar dados para Washington", que havia cobrado sua cadeia de suprimentos, com ameaças. A TSMC não teria cedido dados sobre as empresas chinesas.
Já outras publicações, como o também financeiro Beijing Shang Bao, enfatizam que o governo taiwanês permitiu a "extorsão" americana.
NYT E WP NO CERCO À EXTREMA-DIREITA
Os dois maiores jornais americanos próximos ao governo Biden se voltaram contra as plataformas usadas pela base de Bolsonaro, agora que ela vem sendo afastada por Facebook, YouTube e Twitter.
No Washington Post (título no alto), "Gettr, Parler e Gab encontram base de fãs na extrema-direita do Brasil", e no New York Times, "Defensores da desinformação de extrema-direita no Brasil encontram espaço seguro no Telegram", o concorrente russo do WhatsApp.
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