No francês Le Monde, "a guerra de nervos continua" em torno da Ucrânia, com "demonstração de força russa envolvendo 6.000 soldados um dia após o anúncio americano de que estava colocando 8.500 soldados em alerta".
Sublinha que "colocar as tropas americanas em alerta pareceu pegar alguns líderes europeus de surpresa", em aparente referência ao próprio presidente francês, Emmanuel Macron, e ao chanceler alemão, Olaf Scholz.
Noutro texto, que chegou a ser sua manchete, o Le Monde afirmou que a decisão dos Estados Unidos de mobilizar soldados pode ter "efeito perverso: a profecia auto-realizável" de uma guerra —e criticou Washington por "favorecer a dramatização".
O jornal destaca que Macron, a exemplo de Scholz, se movimenta para evitar um novo conflito na Europa. "Está fazendo uma tentativa de negociação direta" com o colega russo, Vladimir Putin, marcada para sexta.
Antes, quarta, representantes de França, Alemanha, Rússia e Ucrânia se reúnem em Paris para retomar negociações. "Nunca desistiremos do diálogo exigente com a Rússia", falou Macron ao lado de Scholz, em Berlim, no destaque do Süddeutsche Zeitung.
Noutro texto, "A frente unida do Ocidente está rachando", o jornal alemão também sublinhou que "a decisão solitária dos EUA foi uma surpresa" para os europeus. E não foi a primeira.
GUERRA REAL
Também na manchete do russo Komsomolskaya Pravda, "Guerra de nervos!", sobre a retirada das embaixadas na Ucrânia por EUA e Reino Unido e os soldados colocados em alerta. Em suma, acusa, "Como políticos ocidentais estão empurrando Kiev para uma guerra real com a Rússia".
GUERRA DE INFORMAÇÃO
O jornalismo americano já se recrimina por ter comprado "o extremamente inusual press release" britânico, no fim de semana, sobre um "plano do Kremlin" de golpe na Ucrânia.
"Ninguém enfatizou que o governo britânico está no meio de um escândalo", precisando da "distração em forma de Putin", ressaltou a Columbia Journalism Review numa análise em que procurou alertar para "A guerra de informação".
ALIADOS
Na manchete do South China Morning Post, "Rússia vem mantendo China informada sobre negociações com EUA", em torno da Ucrânia. E a viagem de Putin para se encontrar com Xi Jinping na abertura das Olimpíadas de Inverno, no dia 4, promete "surpresa" para as relações entre os dois países.
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