Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Resistir à guerra no Iraque também era 'desinformação', lembra Jon Stewart

'Eu estava promovendo desinformação, que se mostrou certa depois', diz comediante-apresentador, na Apple TV+

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Jon Stewart deixou o Daily Show antes de os talk shows americanos virarem caixas de ressonância democratas. Não à toa, em seu novo programa para a Apple TV+, The Problem With Jon Stewart, ele se mostrou uma exceção ao defender Joe Rogan, na quinta (10).

E o fez se colocando em cena, quanto ao colega do Spotify. "Antes de mais nada, eu conheço Joe. Você dá mais nuance a quem conhece, você o vê mais tridimensional. E nós sempre demonizamos aqueles que nos são estranhos."

Já "culpado desse viés", declarou outro. "Na escalada para o Iraque, eu estava do lado que você descreveria, no establishment, como desinformação. Estava promovendo desinformação, mas que se mostrou certa anos depois."

Jon Stewart (no alto, à dir.) em seu programa sobre desinformação, na Apple TV+ - Reprodução

O que o deixa nervoso, prosseguiu Stewart, é que também ele podia ter caído se a Viacom ou o Comedy Central, que produziam então seu programa, o quisessem. Embora ele estivesse certo contra a opinião "estabelecida", lembrando um veículo, especificamente:

"A visão dominante, do New York Times, era: 'Eles têm armas de destruição em massa, têm esses tubos que só podem ser usados para energia nuclear, Saddam é isso, é aquilo'. O NYT foi um provedor gigante de desinformação. E eles não tiveram que prestar contas."

NOVA ESCALADA

O pano de fundo não é Rogan e sua entrevista com um negacionista. Stewart concordou que há, sim, o que discutir no colega, mas pediu cautela com a supressão de abordagens divergentes, diante da "areia movediça" do noticiário.

Os EUA estão às voltas com nova escalada de guerra, e há divergências de abordagem. Não no NYT, mas jornalistas de outras organizações, como Associated Press, começaram a questionar as supostas informações sobre adversários.

E agora um veículo também "estabelecido", a única das três redes ainda com estatura jornalística para rivalizar com o mesmo NYT, resolveu também questionar, submetendo o próprio Joe Biden a uma sequência de perguntas e cobranças que o desnortearam.

Lester Holt, âncora do principal telejornal, Nightly News, perguntou por exemplo se o presidente americano não deixou seu colega russo "sem opção" a não ser invadir a Ucrânia. Questionou-o ainda quanto à inflação e ao Afeganistão, duas outras frentes que ameaçam os democratas, nas eleições de novembro.​

A UM MÊS DO VOTO

"Homem de Confiança", sobre Donald Trump "quebrando a América", sai em outubro, um mês antes das eleições de meio de mandato, mas a repórter do NYT Maggie Haberman adiantou para o site Axios a capa e um "teaser", de que ele destruía documentos.

A repercussão foi negativa, cobrando-se por que adiar notícias para incrementar um livro.

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