Jon Stewart deixou o Daily Show antes de os talk shows americanos virarem caixas de ressonância democratas. Não à toa, em seu novo programa para a Apple TV+, The Problem With Jon Stewart, ele se mostrou uma exceção ao defender Joe Rogan, na quinta (10).
E o fez se colocando em cena, quanto ao colega do Spotify. "Antes de mais nada, eu conheço Joe. Você dá mais nuance a quem conhece, você o vê mais tridimensional. E nós sempre demonizamos aqueles que nos são estranhos."
Já "culpado desse viés", declarou outro. "Na escalada para o Iraque, eu estava do lado que você descreveria, no establishment, como desinformação. Estava promovendo desinformação, mas que se mostrou certa anos depois."
O que o deixa nervoso, prosseguiu Stewart, é que também ele podia ter caído se a Viacom ou o Comedy Central, que produziam então seu programa, o quisessem. Embora ele estivesse certo contra a opinião "estabelecida", lembrando um veículo, especificamente:
"A visão dominante, do New York Times, era: 'Eles têm armas de destruição em massa, têm esses tubos que só podem ser usados para energia nuclear, Saddam é isso, é aquilo'. O NYT foi um provedor gigante de desinformação. E eles não tiveram que prestar contas."
NOVA ESCALADA
O pano de fundo não é Rogan e sua entrevista com um negacionista. Stewart concordou que há, sim, o que discutir no colega, mas pediu cautela com a supressão de abordagens divergentes, diante da "areia movediça" do noticiário.
Os EUA estão às voltas com nova escalada de guerra, e há divergências de abordagem. Não no NYT, mas jornalistas de outras organizações, como Associated Press, começaram a questionar as supostas informações sobre adversários.
E agora um veículo também "estabelecido", a única das três redes ainda com estatura jornalística para rivalizar com o mesmo NYT, resolveu também questionar, submetendo o próprio Joe Biden a uma sequência de perguntas e cobranças que o desnortearam.
Lester Holt, âncora do principal telejornal, Nightly News, perguntou por exemplo se o presidente americano não deixou seu colega russo "sem opção" a não ser invadir a Ucrânia. Questionou-o ainda quanto à inflação e ao Afeganistão, duas outras frentes que ameaçam os democratas, nas eleições de novembro.
A UM MÊS DO VOTO
"Homem de Confiança", sobre Donald Trump "quebrando a América", sai em outubro, um mês antes das eleições de meio de mandato, mas a repórter do NYT Maggie Haberman adiantou para o site Axios a capa e um "teaser", de que ele destruía documentos.
A repercussão foi negativa, cobrando-se por que adiar notícias para incrementar um livro.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.