Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Descrição de chapéu toda mídia

Chanceler chinês chega à Índia, marcando reaproximação em torno da Rússia

Jornais indianos como Jagran destacam esforços diplomáticos entre os dois países, resistentes às sanções americanas

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Destaque por indianos como Dainik Jagran e Hindustan Times, o chanceler chinês Wang Yi chegou a Nova Déli na noite desta quinta (24), para se encontrar com o colega S Jaishankar e outras autoridades.

Sua presença dividiu as manchetes no país com o voto da Índia na ONU, se abstendo mais uma vez, ao lado da China, numa proposta contra a Rússia. E com a justificação da posição indiana por Jaishankar, dizendo ser pela paz.

Registrada em vídeo pela agência ANI (abaixo), sua presença dividiu as manchetes no país com o voto da Índia na Assembleia Geral da ONU, se abstendo mais uma vez, ao lado da China, numa proposta contra a Rússia. E com a justificação da posição indiana por Jaishankar, dizendo ser "pela paz".

É a primeira visita de Wang desde o conflito na fronteira em 2020, com soldados mortos dos dois lados. O encontro, proposto pela China, foi antecipado nos dois países, com textos adiantando o que pretendem negociar.

Times of India e India Narrative publicaram artigos indicando que Nova Déli quer a restauração do "status quo" na fronteira, alterado após o conflito de dois anos atrás.

E o Global Times, de Pequim, publicou que o abrandamento das restrições aos investimentos chineses, pela Índia, seria "um desenvolvimento muito positivo".

OPORTUNIDADES

Um dia antes, a CNBC noticiou que o mecanismo de comércio russo-indiano em rublos e rupias, que estava sendo preparado para contornar as sanções americanas à Rússia, "pode estar pronto em uma semana", segundo o presidente da associação de exportadores da Índia, A Sakthivel.

"Agora que todo o Ocidente está banindo a Rússia, haverá muitas oportunidades para as empresas indianas entrarem no país", diz ele.

Um mecanismo em rublos e rupias usado nos tempos da União Soviética, segundo o indiano The Print, já foi liberado pelo governo de Narendra Modi para o fluxo de investimentos.

COREIA DO SUL TAMBÉM

Outra potência econômica asiática, a Coreia do Sul, anunciou um mecanismo financeiro "para ajudar as empresas que enfrentam dificuldades no financiamento do comércio devido às sanções globais contra a Rússia", segundo a agência estatal Yonhap —com a foto acima, de rublos numa agência bancária em Seul, semanas atrás.

A Yonhap informou ainda que o presidente eleito do país, Yoon Suk-yeol, vai telefonar nesta semana para o colega chinês, Xi Jinping.

AMÉRICA E 'O MUNDO'

Em coluna no alto do Financial Times, Edward Luce alerta que "a América corre o risco de ser seduzida por sua própria ação de relações públicas" e "supor que o mundo está ao seu lado".

Que "a tendência habitual do Ocidente de reivindicar liderança moral é hipócrita". Que "os governos ocidentais [deveriam] entender como grande parte do mundo os vê" e como "se ressente das sanções".

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