Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Emails do filho de Biden, reconhece NYT, não eram 'desinformação russa'

Para New York Post, que noticiou mensagens que comprometiam o candidato em 2020, 'democratas, mídia e Big Tech trabalharam juntos para enterrar a matéria'

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Como ironizou o Wall Street Journal em editorial, a informação só foi aparecer no 24º parágrafo de uma reportagem publicada na página 20 do New York Times: "Os emails foram autenticados por pessoas familiarizadas com eles e com a investigação".

O NYT confirmou a autenticidade um ano e cinco meses após a publicação, pelo New York Post, dos emails de Hunter Biden, filho de Biden —que mostravam os elos do futuro presidente, então em campanha, com a empresa ucraniana de gás que havia contratado Hunter como lobista.

Como afirmou o NY Post em manchete no dia seguinte (acima), fazendo trocadilho com o slogan do NYT: "Todas as notícias que cabe imprimir... depois de Biden ser eleito".

A Fox News, do mesmo grupo pró-republicano de WSJ e Post, editou e transmitiu um vídeo com diversas passagens em que suas concorrentes pró-democratas CNN e MSNBC haviam afirmado que os emails de Hunter eram "desinformação russa".

Não foram jornais e canais que "baniram" a informação que poderia ter mudado a eleição. Mas seu combate à notícia, em outubro de 2020, estimulou Facebook e Twitter a ações para suprimi-la nas plataformas. Meses depois, cancelaram Donald Trump de vez.

No título de um dos textos publicados agora pelo NY Post, que não esconde sua revolta, "Como democratas, mídia e Big Tech trabalharam juntos para enterrar a matéria sobre Hunter Biden".

PORTEIROS

Na época, o colunista de mídia do próprio NYT, Ben Smith, identificou o episódio como marco da volta ao poder dos grandes jornais como "gatekeepers", porteiros da informação, controladores da agenda nos EUA. Junto com as plataformas, acrescentou.

POR OUTRO LADO

No domingo, o NYT publicou o editorial "A América tem um problema de liberdade de expressão", questionando a "cultura do cancelamento", sobretudo nas plataformas de mídia social. E com um alvo em particular:

"Muitos progressistas se tornaram intolerantes com aqueles que expressam outras opiniões e assumiram uma espécie de farisaísmo e censura que a direita exibe há tempos."

Anunciou um projeto para identificar e combater ameaças à liberdade de expressão. A reação foi ampla e negativa.

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