Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Índia e sauditas aceleram planos de desdolarização, pós-Rússia

Para contornar sanções e sequestro de reservas, trocas passariam a ser sustentadas na moeda chinesa, yuan

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Em mais uma notícia "exclusiva" sobre a aproximação crescente entre os dois países, o Wall Street Journal destacou que a Arábia Saudita "está em negociações ativas" com a China para passar a usar yuan "em vez de dólar para vendas de petróleo".

Citando "pessoas familiarizadas" com as conversas, os correspondentes em Riad e Dubai avaliam que a "medida afetaria o domínio do dólar americano no mercado global de petróleo". A informação provocou um salto na cotação da moeda chinesa, segundo a Bloomberg.

O WSJ enfatiza o comentário de um diretor da Neom, o projeto saudita para erguer uma cidade de alta tecnologia, de que "quaisquer dúvidas que os países tivessem sobre a necessidade de diversificar para o yuan" acabaram, diante do sequestro das reservas russas em dólar pelos EUA.

Nos últimos dias, outras notícias sobre a aproximação entre os governos saudita e chinês foram a possível visita de Xi Jinping e o anúncio de uma joint venture da estatal Aramco na China, para construir uma refinaria —que processaria também petróleo russo.

Paralelamente, a Índia acelerou seus planos de desdolarização, destacaram jornais indianos como Hindustan Times e o financeiro Mint, este citando duas autoridades do governo de Narendra Modi. Novamente, a alternativa seria a moeda chinesa.

O país está "explorando a possibilidade de usar o yuan como moeda de referência para avaliar o mecanismo de comércio rupia-rublo", as moedas indiana e russa. A Índia, sublinha o Mint, é "o terceiro maior importador de petróleo do mundo".

Outros indianos, como Economic Times, abordam o projeto de Modi de estimular a bandeira de cartão de crédito do país, RuPay, contra Visa e Mastercard. Os planos já tinham sido anunciados pelo primeiro-ministro quatro anos atrás.

Agora, voltam como reação ao "boicote" das empresas americanas aos clientes russos, que tiveram de mudar às pressas para a chinesa UnionPay.

PUTIN, MODI & XI

O Council on Foreign Relations, organização tida como mais influente em política externa nos EUA, publicou o estudo "Além da China, Putin tem outro parceiro potencial na Ásia para a desdolarização", a Índia.

O fortalecimento dos mecanismos já existentes para comércio em suas próprias moedas, entre os três países, que já vinham discutindo maior integração, seria "consequência não intencional das sanções punitivas ocidentais", que expulsaram bancos russos das trocas com dólar.

INFIDELIDADE EUROPEIA

De um lado, jornais alemães como Bild e Frankfurter Allgemeine Zeitung saudaram a compra de 35 caças da americana Lockheed Martin, anunciada pelo primeiro-ministro Olaf Scholz, com elogios ao "superjato", falando até em "Ferrari".

De outro, Le Monde e outros franceses anotaram que a aquisição do caça americano é uma "infidelidade ao projeto" de um novo avião em desenvolvimento pelos dois países europeus, "um mau sinal".

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