Na Bloomberg, os fazendeiros brasileiros "erraram a aposta" e podem ficar sem fertilizantes para plantar, entre outros, soja. Normalmente compram muito antes, mas os preços subiram em 2020, em parte "devido a sanções contra Belarus, levando a adiar a compra".
Rússia e Belarus estão entre "os maiores fornecedores de fertilizantes do mundo". Agora, com guerra e mais sanções, só estão certas 28% das necessidades do Brasil, "o maior importador do mundo".
A mesma Bloomberg noticiou que Lula creditou a crise à "irresponsabilidade total" de se fecharem, no governo Michel Temer, as sete fábricas de insumos para fertilizantes da Petrobras. "O Brasil poderia ser autossuficiente", afirmou ele à rádio Som Maior.
Em reportagem no alto da primeira página, assinada pelo correspondente no Brasil com relatos dos EUA, China e Afeganistão, o New York Times alertou para "uma crise global de alimentos", com "aumento mundial na fome".
"Fazendeiros do Brasil ao Texas estão cortando fertilizantes, ameaçando o tamanho das próximas safras", publica o jornal, com a foto acima e outras. "Os preços de alimentos e fertilizantes estão subindo rapidamente", num quadro de "catástrofe sem precedente desde a Segunda Guerra", diz o diretor da ONU para o combate à fome.
"O aumento dos preços e a fome apresentam uma nova dimensão para a visão sobre a guerra", avalia o NYT. "Poderia ampliar a raiva contra a Rússia? Ou a frustração seria direcionada às sanções ocidentais que ajudam a aprisionar alimentos e fertilizantes?"
O jornal ouve de um importador afegão que "os Estados Unidos pensam que só sancionaram a Rússia e seus bancos, mas os Estados Unidos sancionaram o mundo inteiro".
MORAL
Alemães como FAZ, com foto na manchete (acima), e Süddeutsche Zeitung cobriram a viagem do ministro da economia aos Emirados Árabes Unidos, em busca de uma opção à Rússia, anotando que foi "moralmente questionável". Cobrado, o político verde defendeu o país, que faz guerra no Iêmen.
"Fornecendo armas, comprando armas, servindo a autocratas por gás: os verdes estão renunciando a um valor básico atrás do outro", comentou o Süddeutsche.
REVOLTA
No El Periódico de España, inclusive Instagram (acima), "Um troféu genocida para Bolsonaro: artistas declaram guerra ao presidente". Uma revolta que vai "da arte visual ao teatro, da escultura ao cinema, passando por literatura, música".
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.