Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Índia e China contra-atacam EUA com casos de direitos humanos

Com tema de volta à sua agenda geopolítica, Washington agora busca corte de Haia contra Moscou

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Três semanas após acusar Mianmar de "genocídio" e meses após fazer o mesmo com a China, os EUA acusaram agora a Rússia, para espanto no próprio governo. E passaram a "debater vigorosamente", no dizer do New York Times, se vão ajudar a corte de Haia.

Na verdade, segundo a rede NPR, já começaram a fazê-lo.

Democratas e republicanos apoiam o que recusaram antes, diz o NYT. Em 2002, após a invasão do Afeganistão, aprovaram lei determinando até violência contra a corte, se mirasse americanos. Há dois anos, com abertura de investigação, sancionaram o procurador-geral de Haia.

Agora, como escreve um professor de Yale no Washington Post, "não há como contornar a acusação de hipocrisia", acrescentando porém que há coisas mais importantes do que "uma consistência boba".

Cena de vídeo da agência Xinhua sobre direitos humanos nos Estados Unidos - Reprodução

Nem a Índia escapa mais, ainda que os EUA não falem em genocídio. Buscando tirar o país do apoio à Rússia, o secretário de Estado americano anunciou: "Estamos monitorando desenvolvimentos na Índia, inclusive aumento nos abusos dos direitos humanos por parte de autoridades do governo".

A resposta do colega indiano veio dias depois, noticiada pela agência Press Trust of India e destacada nos principais veículos do país: "As pessoas têm o direito de ter opiniões sobre nós, mas também temos o direito de ter opiniões sobre os lobbies que as impulsionam".

E mais: "Temos nossas opiniões sobre a situação dos direitos humanos nos EUA. E tratamos das questões quando surgem nesse país, especialmente quando dizem respeito à nossa comunidade [indiana nos EUA]. Tivemos um caso ontem".

O tom é o mesmo adotado por Pequim em resposta a Washington. A agência Xinhua, no fim de semana, despachou vídeo e íntegra do relatório de uma organização de direitos humanos, "expondo o crescente racismo anti-asiático nos EUA".

MBS E A PAZ

O canal internacional de notícias do governo saudita, Al Arabyia, noticiou que o "príncipe herdeiro" Mohammed bin Salman, que governa o país, falou com Xi Jinping e depois com Vladimir Putin, neste final da semana.

Com o presidente chinês, abordou como "ampliar a parceria estratégica". Com o russo, o "trabalho conjunto" na Opep+, o cartel dos produtores de petróleo. Com ambos, falou também de seus esforços recentes pela paz no Iêmen, recebendo "elogios".

1 MILHÃO NAS PRÓXIMAS SEMANAS

A CNN destacou mais "números duros" da aprovação de Joe Biden nas pesquisas, inclusive "o mais baixo para qualquer um que tenha sido eleito presidente" (acima).

E o NYT acrescentou que voltaram a crescer as infecções por Covid-19, um dos pontos de desaprovação, em meio à "expectativa" de que o total de mortes nos EUA atinja a marca de "1 milhão nas próximas semanas".

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