Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

'Batalha narrativa' ocidental começa a sair da Rússia para a China

Cresce pressão por paz 'realista' na Ucrânia, conforme EUA priorizam questões como suposto 'genocídio' em Xinjiang

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

No dizer do New York Times, a comissária da ONU para direitos humanos, Michelle Bachelet, é o centro de uma "batalha narrativa" em sua viagem à China, envolvendo Xinhua e BBC —ambas citadas pelo jornal, favorável à segunda.

Sua chamada foi para o "medo de que ela se torne parte do spin", do esforço chinês para derrubar a acusação americana de "genocídio". Anotou que "os poucos comentários públicos de Bachelet não foram de confronto" com Pequim.

Imagem distribuída pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, de videoconferência de Michelle Bachelet e Xi Jinping, em 25 de maio de 2022 - AFP

Vai ficando para trás a batalha narrativa anterior, voltada a Moscou. Ao longo da última semana, começando por editorial do próprio NYT, cresceu a cobrança de um fim para a guerra, que a Ucrânia precisaria aceitar com "realismo".

Dias após o jornal, falaram na mesma direção o ex-secretário de Estado Henry Kissinger e outros nomes do establishment americano de política externa, além dos três principais governos europeus —sempre de acordo com o NYT, já quase em campanha.

Nesta sexta (27), reportagem de capa questionou "Como termina?", acrescentando que "fissuras emergem sobre o que constitui vitória", entre Biden e líderes de Alemanha, França e Itália, que querem acordo.

Em suma, "existe divisão sobre com que uma vitória se pareceria, se 'vitória' tem a mesma definição" para EUA e União Europeia, cujos "maiores e mais ricos países veem a Rússia como vizinho inescapável, que não pode ser isolado para sempre".

Enquanto Biden não cede e força a Ucrânia ao acordo, NYT e outros americanos, como Wall Street Journal, passaram a noticiar que Putin vai "ganhando terreno" e está "prestes a tomar o controle de Sievierodonetsk". Está "perto de cercar os soldados" em Donbas, objetivo declarado da "operação".

LIMITAR OS DANOS

Ao fundo, a Associated Press noticia que "economia é prioridade maior" que sancionar a Rússia, segundo pesquisa da própria agência: 51% dos americanos afirmam que a prioridade em relação ao conflito deve ser "limitar os danos à economia dos EUA", contra 45% que apoiam mais as sanções econômicas à Rússia.

"Um sinal preocupante para Biden", que pode perder a maioria no Congresso daqui a cinco meses, nas eleições de meio de mandato.

POR SHIREEN

A estudante palestino-americana Nooran Alhamdan, em sua formatura na Universidade Georgetown, em Washington, recusou o cumprimento do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ecoando por mídia social e veículos do Oriente Médio como Al Jazeera. Cobrou dele, ao passar, a investigação da morte da jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh, em Israel.

Na quinta, a CNN noticiou que "Novas evidências sugerem que Shireen Abu Akleh foi morta por forças israelenses", em reportagem que envolveu nove de seus jornalistas.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.