Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Biden tenta levar Guerra Fria à Ásia, mas sem gastar muito

Seguem ecoando, agora no WSJ, os modestos US$ 150 milhões que os EUA ofereceram aos países do Sudeste Asiático

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A pressão sobre a China, preparatória da viagem iniciada por Joe Biden a Japão e Coreia do Sul, vem crescendo há mais de duas semanas.

No Financial Times, vazado em Washington, "EUA mantêm conversa de alto nível com Reino Unido sobre ameaça da China a Taiwan". Foi "para explorar os planos de contingência de conflito [militar] pela primeira vez", já passando a trocar toda "inteligência sobre Taiwan".

Dias depois, como noticiou o portal Guancha, de Xangai, o porta-voz do ministério chinês do exterior respondeu, questionado em coletiva, que "os EUA vêm jogando mais a ‘carta de Taiwan’ e colocando em perigo a paz e a estabilidade do estreito".

No Global Times, foto da reunião mais recente de Yang Jiechi e Jake Sullivan, em 14 de março de 2022, em Roma, na Itália - Xinhua

Nos últimos dias, o conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan, pediu conversa telefônica com Yang Jiechi, seu colega chinês, quando "discutiram questões de segurança regional", no registro do Wall Street Journal.

South China Morning Post e Global Times, este com a foto acima, detalharam que Yang teria dito a Sullivan: "Se os EUA continuarem a jogar a ‘carta de Taiwan’ e seguirem o caminho errado, isso certamente levará a situações perigosas".

De acordo com o site Politico, de Washington, Sullivan destaca sobre a viagem de Biden que ela "vai mandar mensagem poderosa, que será ouvida em Pequim".

Já o WSJ diz que seus "aliados" asiáticos questionaram a falta de ofertas econômicas dos EUA, que não "abrem o mercado", por exemplo, para importar mais produtos.

O ministro do comércio do Japão, em coletiva, "sugeriu que os EUA fracassaram em convencer países hesitantes" a participar da iniciativa econômica indo-pacífica que a viagem pretende lançar —e que, diz o ministro "só faz sentido" se várias economias entrarem.

Foi referência, anotou o WSJ, ao montante oferecido por Biden aos líderes do Sudeste Asiático que ele levou até Washington, dias atrás: "modestos US$ 150 milhões".

SOLIDARIEDADE DOS BRICS

Também na quinta, os ministros do exterior do grupo Brics, inclusive o indiano S. Jaishankar e o brasileiro Carlos França, realizaram encontro virtual preparatório para a cúpula deste ano, a ser presidida pela China.

No destaque do Global Times, em mensagem aos chanceleres, o presidente Xi Jinping "reforçou a solidariedade dos Brics em tempo de turbulência e transformação".

CHINA, ÍNDIA E A SEGURANÇA ALIMENTAR

Jornais indianos como Hindustan Times destacaram que o "G7 critica decisão da Índia de parar as exportações de trigo", EUA inclusive.

E também, caso do Economic Times, de Mumbai, que a China "defendeu a redução de exportação de trigo pela Índia após críticas do G7", argumentando que os países ricos também são produtores e deveriam aumentar exportação.

PALAVRÕES PARA A BOEING

A financeira Caixin, de Pequim, com Bloomberg, noticiou que a "maior cliente chinesa da Boeing removeu o 737 Max dos planos da frota" (reprodução acima).

Na mesma linha, o FT produziu extensa reportagem com críticas aos atrasos da Boeing, feitas pelas companhias American Airlines, Air Lease, Avolon e Ryanair. E o WSJ destacou que o CEO da Ryanair usou "palavrões" para falar da Boeing, por não entregar aviões no prazo e, com isso, reduzir a oferta de passagens da companhia aérea, na temporada de verão que vai começar.

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