Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

EUA tentam militarizar grupo Quad, China busca ampliar Brics

Veículos anglo-americanos e chineses retratam pressões opostas, pró e contra nova Guerra Fria

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A Austrália elegeu um primeiro-ministro que fala chinês, anotou o Guancha, de Xangai. O South China Morning Post, de Hong Kong, manchetou que ele pode "acertar os ponteiros com a China".

Mas o Global Times, de Pequim, destacou que a "cúpula Quad" nesta terça (24) é que "vai testar a sabedoria política do novo primeiro-ministro australiano". Recém-eleito, ele já vai participar.

Em foto da agência chinesa Xinhua, Anthony Albanese (centro) após vencer as eleições e se tornar primeiro-ministro da Austrália, em 21 de maio de 2022 - Xinhua/Bai Xuefei

Por Financial Times e outros, os vazamentos sobre o encontro entre Estados Unidos, Japão, Índia e Austrália vão na direção de "priorizar a agenda de segurança" —como defendeu no final da semana a Foreign Affairs, de Washington.

As manchetes do FT desde sexta, a partir de anônimas "autoridades dos EUA", apontam suposta expansão em acordos da China com pequenas nações do Pacífico, depois das Ilhas Salomão, e a resposta sugerida pelos EUA ao Quad, de "monitorar pesca da China" na região.

O Guancha reagiu com manchete em que diz ser "nova desculpa" americana para "pressionar" Austrália e outros contra a China.

Mas o contra-ataque chinês, de fato, se dá noutra frente —o grupo comercial e financeiro Brics, de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. No South China Morning Post, "Membros do Brics apoiam proposta de expansão", em nota conjunta na sexta.

Não foram indicados os novos países, mas entre os cotados, já presentes em reunião paralela de chanceleres, estão Argentina, Cazaquistão, Indonésia, Tailândia e Nigéria.

EM BUSCA DE GÁS

Os EUA também retomaram a militarização da África, em duas notícias do New York Times: "Biden aprova plano para reimplantar centenas de forças terrestres na Somália" e "Pentágono indica comandante das forças americanas na África", que será "o primeiro general negro quatro estrelas dos marines".

A escalada americana no continente se segue à decisão europeia de buscar na África a sua alternativa ao gás da Rússia, como já vinham noticiando veículos sul-africanos, chineses e russos.

Sem sucesso nas tentativas feitas antes no Oriente Médio, o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, iniciou uma turnê africana. "Em busca de gás", na chamada do Frankfurter Allgemeine Zeitung.

A FOTO

A agência de notícias Reuters despachou texto sobre disparada da varíola dos macacos em europeus e norte-americanos, mas com foto de um africano, três décadas atrás.

Entre outros, uma associação de jornalistas africanos questionou por que os veículos não estavam usando foto de europeu ou norte-americano: "a mídia está no negócio de preservar a pureza branca?".

A Reuters mudou então a foto em seu site e a própria repórter registrou a mudança em mídia social, mas a imagem continua sendo reproduzida mundo afora.

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