Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

'Empilham-se' africanos e latino-americanos na fronteira

Noticiário de EUA e Europa acompanha sem maior atenção a morte dos que rompem 'integridade territorial' do Ocidente

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Diferentemente do que havia acontecido com os 37 africanos "empilhados" na fronteira Sul da Espanha, no final de semana, desta vez não apareceram as imagens dos 50 corpos de latino-americanos na fronteira Sul dos EUA.

Biden e Sánchez no NYT, durante entrevista coletiva em que o americano, como o espanhol, culpou ‘redes de tráfico humano’ pela morte de imigrantes - Reprodução

Mas as justificativas dos governantes foram semelhantes. Falando ao lado do primeiro-ministro espanhol, o presidente americano responsabilizou redes de tráfico humano pela "perda trágica".

"Este incidente ressalta a necessidade de ir atrás da indústria multibilionária do tráfico criminoso que ataca os imigrantes e leva a muitas mortes", disse Biden, segundo o New York Times.

Dois dias antes, no espanhol El País, Pedro Sánchez também havia responsabilizado "as máfias que traficam seres humanos" pelas mortes —e elogiado a polícia pela resposta ao "ataque violento à integridade territorial da Espanha".

Mas Biden e Sánchez não estão falando sem oposição. O governador republicano do Texas culpou o presidente pela crise na fronteira, que acumula, como anotou o mesmo NYT, "um número recorde de travessias para esta altura do ano".

E o El País ouviu depois, de um porta-voz dos africanos sobreviventes: "Por que Sánchez diz que somos máfias? Não temos máfias, viemos juntos. Não pagamos nada. Só idealizamos [atravessar a fronteira] porque sofríamos muito".

De outro, responsabilizando a União Europeia como um todo: "Vocês recebem os ucranianos com flores e, porque somos negros, nos mandam ao inferno".

Segundo o jornal espanhol, Biden e Sánchez, em seu encontro "caloroso e pessoal", teriam concordado apoiar um ao outro frente aos "desafios" dos imigrantes da América Latina e da África.

CARLSON & BOLSONARO

Na Fox News, Tucker Carlson anunciou na segunda, com o Rio ao fundo, que vai transmitir a semana toda a partir do Brasil, culminando com uma entrevista com Jair Bolsonaro. Na terça, abordou temas como a "ameaça chinesa" em energia solar.

Está aqui para filmar um documentário sobre "a ascensão do poder chinês" no país, para o streaming Fox Nation. O Brasil é "o aliado mais importante dos Estados Unidos" na América Latina, diz ele, "mas o governo Biden parece determinado a entregá-lo à esfera de influência do Partido Comunista Chinês. Por quê?".

FBI TAMBÉM

No final da semana passada, informa o jornal Metrópoles, o diretor do FBI, Christopher Wray, visitou a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e a Polícia Federal, em Brasília, para "ampliar a cooperação", porque "nenhum país pode sozinho controlar o crime".

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