Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

TikTok vira 'máquina de dinheiro' e EUA retomam ameaças

Cobranças para governo Joe Biden confiscar plataforma chinesa ressurgem em meio à explosão da receita publicitária

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Nesta semana, ecoou no mercado financeiro global a notícia de que uma gestora brasileira de investimentos, IP Capital, zerou as aplicações na Meta, de Mark Zuckerberg.

Foi "por causa do TikTok", no título da Bloomberg, que citou a explicação da gestora aos clientes: "A concorrência por tempo ficou mais dura devido à incrível capacidade do TikTok de reter a atenção". A IP vê "apelo universal" e crescente na plataforma chinesa.

Em seguida, a revista do grupo, Bloomberg Businessweek, deu números ao que está acontecendo, sob o título "TikTok liga a máquina de dinheiro". Já levantou US$ 4 bilhões em receita publicitária em 2021 e deve atingir US$ 12 bilhões em 2022.

A projeção, da consultoria eMarketer, supera as receitas somadas de Twitter e Snap. Mas a sombra maior é sobre o duopólio publicitário das plataformas da Meta, de Facebook e Instagram, e da Alphabet, de Google e YouTube.

No caso do YouTube, também um aplicativo de vídeo, a eMarketer avalia que o TikTok vai alcançá-lo a partir de 2024:

Em relação às redes da Meta, a chinesa tem menos usuários: 1 bilhão contra 2,9 bilhões do Facebook e 2 bilhões do Instagram. Mas supera ambas em tempo do usuário: 29 horas por mês, contra 16 no Facebook e 8 no Instagram.

O resultado desastroso da Meta no primeiro trimestre foi creditado ao TikTok, anota a Bloomberg. E a americana teria "contratado consultores para campanhas políticas contra o aplicativo nos Estados Unidos, inclusive artigos de opinião".

Eco ou não das campanhas, veículos estabelecidos vêm produzindo textos alarmistas, caso do Vox nesta semana, tratando o TikTok como um risco também para a TV tradicional e para o streaming, e do próprio New York Times, este com viés de Guerra Fria.

O argumento usado no jornal, para cobrar a tomada da plataforma chinesa por capital americano, é o tempo que o usuário dedica a ela. "Quem controla a nossa atenção controla o nosso futuro. Trump estava certo, e Biden deve terminar o que ele começou."

Enquanto a pressão não tem efeito, o TikTok se prepara para adotar o que sua versão na China, Douyin, estreou há dois anos: tornar-se uma plataforma completa de comércio eletrônico, com lojas, ferramentas de pagamento, apoio ao consumidor, num "super app".

JORNALISTA VS. PÚBLICO

Pesquisa Pew mostra ampla divergência entre a avaliação que os jornalistas americanos fazem de seu próprio trabalho e aquela que o público faz (imagem acima).

Sobre "reportar notícias com precisão", por exemplo, 65% dos jornalistas acham seu serviço bom, enquanto só 35% do público americano concorda.

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