Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Descrição de chapéu toda mídia

Definição de recessão se dissolve na disputa eleitoral dos EUA

Republicanos já apontam economia recessiva, enquanto democratas esperam 'confirmação oficial até o ano que vem'

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Na barra de informações do canal Fox News, como notícia de última hora, "Economia entra em recessão". No alto do site do canal, "Recessão se torna realidade".

Na manchete do Wall Street Journal, do mesmo grupo de mídia, próximo da oposição republicana, "Economia se contrai de novo e cresce temor de recessão". Logo abaixo, "Segunda queda consecutiva do PIB atende a uma definição comum de recessão".

Na Fox News, 'Biden nega recessão conforme EUA entram em recessão'
Na Fox News, 'Biden nega recessão conforme EUA entram em recessão' - Reprodução

Também pró-democratas como CNN e CNBC foram por aí, em suas manchetes online, respectivamente "EUA ultrapassam limiar simbólico de recessão" e "Segunda queda é forte sinal de recessão".

Até o New York Times destacou "temor de recessão", admitindo no texto que, "por uma definição comum, mas não oficial, a economia dos EUA entrou em recessão". Acrescentou porém que, "mesmo que já estejamos em recessão, talvez não tenhamos confirmação oficial até o ano que vem". É quando o órgão considerado "juiz semioficial" sobre recessão deve se pronunciar.

Não importa, para seu colunista Paul Krugman. Um dia antes, ele já publicava "Por que não devemos declarar uma recessão", defendendo: "Ignore a regra de dois trimestres".

A resistência à palavra vem desde a terça (26), quando o assessor econômico da Casa Branca, Brian Deese, adiantou-se ao anúncio do PIB dizendo que "dois trimestres não é a definição técnica de recessão". Mas logo foi achada declaração sua, anos antes, dizendo o oposto.

A Fox News chegou a bater boca com a porta-voz de Joe Biden, Karine Jean-Pierre, durante entrevista coletiva, criticando o governo democrata por "redefinir recessão".

Num esforço para contornar o embate econômico-eleitoral que manteve "Biden na defensiva" o dia todo, o WSJ publicou na noite de quinta a análise "Recessão ou não, a recuperação acabou".

XI & BIDEN

"A Casa Branca disse que a ligação durou duas horas e 17 minutos, mas não forneceu nenhum relato imediato do que foi dito", anotou o NYT, sobre o telefonema de Biden para Xi Jinping.

E com isso o relato de Pequim repercutiu sozinho mundo afora, inclusive na manchete do chinês Renmin Ribao, o Diário do Povo, com o recado para não "brincar com fogo" em Taiwan, para não se queimar. Foi para Nancy Pelosi, que Biden também não quer por lá.

CONVERSAS

O NYT disparou alarme contra a "escalada" militar americana contra China e Rússia, destacando dois artigos.

Sobre a primeira, "Viagem de Pelosi a Taiwan é muito perigosa", com Pequim e Washington "em rota de colisão" e precisando se "comunicar". Sobre a segunda, na mesma linha, "EUA e Rússia precisam começar a conversar antes que seja tarde demais".

BLINKEN & LAVROV & WANG

Assim como Biden fez com Xi, seu secretário de Estado, Antony Blinken, pediu para falar com o colega russo, Serguei Lavrov, com quem não conversa desde janeiro. Segundo o site do canal RT, a porta-voz Maria Zakharova afirmou que o chanceler russo dará "atenção especial ao pedido, quando houver tempo".

Lavrov se reuniu na quinta com o colega chinês, Wang Yi, quando voltou a projetar um mundo multipolar: "Esta evolução é apoiada por muitos países, incluindo Rússia e China e a maioria dos países da Ásia, África e América Latina, que estão se esforçando para buscar uma política independente".

ZELENSKI 2

Declarando que "o povo de Taiwan lutará para nos proteger e defender a segurança regional", a presidente taiwanesa Tsai Ing-wen (acima) vestiu figurino militar para um exercício de guerra, em foto distribuída por seu governo e publicada no South China Morning Post.

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