Nancy Pelosi viajou à Ásia, "mas está calada sobre Taiwan", questão que "tem abalado os nervos em Washington", publicou o New York Times. Em mídia social, mapas em tempo real seguem seu avião (abaixo).
Já o chinês Guancha deu mais atenção a outro mapa, de um site ligado ao Departamento de Defesa dos EUA, mostrando que o único porta-aviões americano na região deixou o Mar da China Meridional no sábado, depois de três dias, e atravessou as Filipinas. Poderia ser um sinal de distensão no "momento delicado".
No fim de semana, a presidente da Câmara sofreu pressão de todo lado, nos EUA. Donald Trump publicou em sua plataforma, Truth Social, que "ela só vai piorar as coisas".
Thomas Friedman, colunista do NYT com acesso a Joe Biden, foi à TV cobrar que ela não vá, que a prioridade é a Rússia. "Esta viagem é completamente fora de contexto", criticou. Chegou a dizer que "Taiwan ainda é uma pequena ilha na costa de um continente gigante", a China. "Países que esquecem sua geografia podem ter muito problema."
Na China, alguns dos colunistas de nacionalismo mais ruidoso, como Hu Xijin, do Huanqiu/Global Times, e Alex Lo, do South China Morning Post, já deixam Pelosi de lado e tomam por alvo a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen.
"Em momento de perigo real, ao deixar Washington decidir se Pelosi deve visitar, como se a ilha não tivesse voz no assunto, ela está transformando Taiwan no 51º estado dos EUA", publicou Lo, chamando o silêncio de Tsai de "covarde".
"Se Pelosi realmente visitar Taiwan como planejado, as autoridades de Tsai Ing-wen são cúmplices", escreveu Hu em mídia social. "O continente definitivamente irá realizar ações severas para punição. As consequências insuportáveis recairão sobre Tsai."
FORÇAS PATRIÓTICAS
No domingo, na manchete do Renmin Ribao ou Diário do Povo, Xi Jiping surgiu ao lado de toda a liderança do PC chinês na celebração dos 95 anos do Exército de Libertação Popular —que desde o início "deu um forte apoio para salvaguardar a soberania nacional", no destaque da agência Xinhua para o evento.
Também surgiu na manchete do SCMP, para um discurso do líder chinês em outra cerimônia, "Xi pede que se intensifiquem os esforços em Taiwan", de estímulo às "forças patrióticas".
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