Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Recessão e falta de gás detonam 'pânico' euro-americano

'Alemanha é a grande perdedora', destaca jornal Die Welt; EUA temem 'bumerangue' com alta da energia na Europa, diz CNN

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

No meio do dia, manchete do alemão Die Welt, "FMI vê mundo à beira da recessão, e Alemanha é maior perdedora". Logo abaixo, "Alemanha está sofrendo particularmente as consequências de inflação e guerra, e a Rússia, de todos os lugares, está se saindo melhor que o esperado".

No fim do dia, agora com análise, o enunciado continuou quase o mesmo, "Alemanha se torna a grande perdedora", mas listando os problemas, como a balança comercial negativa e a esperada "explosão" do abastecimento de energia, diante da nova redução do gás russo.

Apontando "pânico dos dois lados do Atlântico", a americana CNN (acima) noticiou então que Joe Biden enviou às pressas seu coordenador de energia a Paris, para discutir planos de contingência. "Esse era o nosso maior medo", falou uma autoridade, sobre o corte de gás que pode "voltar como bumerangue" para os preços nos EUA.

O enviado americano deve cruzar na França com o governante saudita Mohamed bin Salman, que iniciou uma turnê pela Europa e é esperado pelo presidente Emmanuel Macron, segundo o jornal Le Figaro. É o "sinal mais recente de que a pressão global sobre MbS está cedendo", observa o Wall Street Journal.

A Alemanha do chanceler Olaf Scholz, de sua parte, já está com o ex-chanceler Gerhard Schröder em Moscou, segundo a Der Spiegel, para "negociações sobre a entrega de gás através do Nord Stream 1", que poderão incluir um encontro com o presidente Vladimir Putin.

'BIDEN É PIOR QUE TRUMP'

Há uma semana, falando à Bloomberg, o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger criticou a política externa de Biden, Macron e Scholz —sobre estes dois, disse que "não têm o senso de direção e de missão" de antecessores. Agora foi vez do historiador escocês Niall Ferguson, de Harvard.

Falando ao Die Welt, ele critica a "chocante ingenuidade de acreditar que a Ucrânia poderia vencer". Avalia que os EUA cometeram um "grande erro estratégico" e que "a Rússia só ficará mais forte".

"Na Europa, as pessoas pensam que Trump é o pior, mas Biden é ainda pior", diz. "Biden causou muito mais danos à aliança EUA-Europa e Otan do que Trump. Trump não faria nada disso. Em vez disso, seu governo provavelmente resultaria num acordo comercial com a China."

LULA & EUROPA

Lula "está pronto para reabrir" conversa em torno do acordo comercial "parado" entre União Europeia e Mercosul, noticia a Reuters (acima), ouvindo o ex-chanceler Celso Amorim, que prevê ajustes.

A agência cita também uma parlamentar europeia que, chefiando comitiva a Brasília, afirmou que "com Bolsonaro no governo não pode haver acordo, isso é muito claro".

SOB CONTROLE CIVIL

"No Brasil, chefe da Defesa de Biden diz que militares devem estar sob controle civil", no título da Reuters para um dos poucos despachos sobre a presença do secretário americano em Brasília.

Foi o recado o que repercutiu, inclusive na América Latina, em veículos como o argentino La Nación.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.