Em destaque no Asahi Shimbun e no Yomiuri Shimbun, dois dos principais jornais de Tóquio, "segundo o Ministério da Defesa [do Japão], quatro dos mísseis disparados teriam passado sobre Taiwan".
A informação japonesa foi manchete e texto mais lido no site da americana Bloomberg, acrescentando que a rede chinesa CCTV ouviu Meng Xiangqing, "professor da Universidade de Defesa Nacional do Exército de Libertação Popular, confirmando a trajetória do míssil sobre Taiwan". Segundo Meng, foi "um sinal claro para as autoridades taiwanesas de que os exercícios atuais excedem todos os anteriores em escala e dissuasão".
Mais tarde, na manchete do Zhongguo Shibao, de Taipé, "Míssil chinês voou sobre Taiwan?", com a resposta vaga: "O Ministério da Defesa Nacional afirmou que a principal rota de voo dos mísseis balísticos após o lançamento é fora da atmosfera, o que é muito importante para a vastidão do sobrevoo". O órgão acrescentou que "informações sobre a trajetória de voo não serão divulgadas, considerando que o disparo visa, como objetivo principal, nos dissuadir".
Nas chamadas no Japão, mais importante do que o sobrevoo da ilha foi que "cinco mísseis balísticos chineses caíram pela primeira vez na zona econômica exclusiva do Japão". Os jornais ressaltam que são "em resposta à visita de Pelosi" —que agora chegou a Tóquio e "está programada para se reunir com o primeiro-ministro Fumio Kishida".
Já o mandatário sul-coreano Yoon Seok-yeol evitou encontrar a presidente da Câmara dos EUA, cuja passagem de dois dias por Seul foi carregada de constrangimento. Um dos poucos veículos ocidentais a noticiar, o Financial Times publicou o título "Presidente sul-coreano esnoba Pelosi".
A desfeita teria começado no desembarque. Na manchete do Chosun Ilbo, de Seul, "Um aeroporto vazio na chegada de Pelosi". Naquele momento, informou o jornal, Yoon assistia uma peça de teatro, saindo em seguida para jantar com os atores.
Ele tirou cinco dias de férias e, apesar de permanecer na capital sul-coreana, só aceitou ceder um telefonema à parlamentar americana.
BIDEN FUMEGANTE
Em Washington, a Casa Branca, já "fumegante" com a presidente da Câmara, segundo a Bloomberg, passou a pressionar o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o também democrata Bob Menendez —que quer aprovar US$ 4,5 bilhões para os militares taiwaneses.
Menendez e Pelosi defenderam as suas ações em artigos por New York Times e Washington Post, respectivamente, ambos contornando Biden.
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