Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Apostas para Lula na China vão de mais fábricas a menos dólar no comércio

Noticiário no exterior acompanha pressões por acordo comercial, abandono da moeda e investimento industrial

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Daqui a um mês, Lula desembarca em Pequim, e o noticiário se concentra nas perspectivas econômicas.

O South China Morning Post produziu extensa reportagem, ouvindo analistas ligados a instituições chinesas, sobre o possível avanço num acordo comercial com o Mercosul, que tanto Lula como Xi Jinping defenderam nesta virada de ano.

Em suma, eles acreditam que o "acordo de livre comércio da China na América do Sul terá 'impacto claro', mas pode irritar os Estados Unidos ao buscar oportunidades em seu 'quintal'" (abaixo) e acentuar a "competição" entre Pequim e Washington.

O jornal anota que, ano passado, "os EUA lançaram a Parceria das Américas, para laços comerciais, quando o Brasil levantou a ideia do acordo de livre comércio China-Mercosul". A Parceria foi formalizada há um mês, dias antes da visita de Lula a Washington —com outros latino-americanos, não o Brasil.

No SCMP, Lula com o embaixador Zhu Qingqiao, em reportagem sobre eventual acordo comercial
No SCMP, Lula com o embaixador Zhu Qingqiao, em reportagem sobre possível acordo comercial - Reprodução

Outro foco são os negócios bilaterais em yuan, não mais dólar, com o anúncio pelo Banco Popular da China, o BC chinês, da assinatura de "um memorando de entendimento sobre estabelecer acordos de compensação" com o BC brasileiro, divulgado por agências.

"O estabelecimento de tais acertos para o renminbi ou yuan seria benéfico para as transações transfronteiriças e promoveria ainda mais o comércio bilateral e a facilitação do investimento", justificou o banco.

Paralelamente, sites como Guancha e Huanqiu (Global Times) saúdam a proposta de uma moeda de comércio entre Brasil e Argentina, também visando contornar o dólar.

Por fim, segue a negociação para a montadora chinesa de carros elétricos BYD, maior concorrente da Tesla, assumir a fábrica da Ford na Bahia, abandonada quando a americana deixou o país há dois anos.

A mídia chinesa, como a brasileira, vem noticiando desde novembro o "memorando de entendimento" entre o governo baiano e a BYD, em portais como Caijing e Sina Finance.

Há duas semanas, a cobertura setorizada chinesa publicou que, em paralelo à negociação no Brasil, a Ford está conversando com a BYD para vender a fábrica que vai abandonar no Sarre, na Alemanha. A governante local, como no caso da Bahia, apoia e pressiona.

MUSK E O LÍTIO DE MINAS

Segundo a Bloomberg, com eco na China, o dono da Tesla, Elon Musk, avalia comprar a Sigma Lithium, mineradora de fundo brasileiro que detém "um grande depósito de lítio" em Minas Gerais.

No ano passado, três meses após se encontrar com Musk, Jair Bolsonaro "flexibilizou as regras para exportação de lítio".

Na Bloomberg, 'picape elétrica da Ford é feita com metal que está causando dano à Amazônia'
Na Bloomberg, 'picape elétrica da Ford é feita com metal que está causando dano à Amazônia' - Reprodução

'VERDE'

Por vídeo, áudio, newsletter e texto em inglês e português, "a Ford F-150 elétrica foi lançada como forma de dirigir 'verde', mas a Bloomberg rastreou o alumínio da picape até uma refinaria na Amazônia acusada de adoecer milhares de pessoas", já multada em milhões.

A F-150 é o carro-símbolo dos subsídios de Joe Biden, que foi a Detroit dirigir uma antes do lançamento, como mostraram CNN e outros.

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