A chamada na agência Xinhua foi protocolar, "Chanceler chinês conclama EUA a optar por coexistência mutuamente benéfica", durante coletiva ao assumir o cargo, no Congresso Nacional do Povo.
Já o portal nacionalista Guancha, de Xangai, manchetou "Qin Gang: EUA querem que a China não revide quando atingida ou censurada, o que é impossível". No South China Morning Post, de Hong Kong, "Qin diz que contenção e supressão não tornarão a América grande e não vão parar a China".
A manchete da Bloomberg, entre outros americanos, foi ainda mais carregada, "China adverte que EUA arriscam catástrofe com movimentos para 'conter' Pequim", editando esta passagem da coletiva de Qin:
"Os EUA dizem que querem superar a China e não buscam o conflito, mas, na realidade, sua suposta competição visa conter e suprimir a China em todos os aspectos. É uma aposta imprudente que coloca em risco os interesses fundamentais dos dois povos e até o futuro da humanidade."
Antes de Qin, falou Xi. A transcrição distribuída pela Xinhua, do primeiro discurso do líder Xi Jinping no congresso, na segunda, não reproduziu o trecho bombástico, mas a transmissão pelas redes estatais de rádio e TV, sim.
Wall Street Journal (imagem acima), Bloomberg e por fim o New York Times enfatizaram então uma declaração de Xi, com o que foi descrito na segunda como um "tiro direto nos EUA". Falou ele:
"A contenção e a supressão abrangentes pelos países ocidentais liderados pelos EUA, nos últimos anos, trouxeram desafios severos e sem precedentes para o desenvolvimento da China."
CHIPS
Sem a menção aos EUA, a capa do Renmin Ribao (Diário do Povo) de terça destacou uma conclamação de Xi Jinping aos industriais chineses, na mesma linha, "Coloque de lado o fardo e desenvolva com ousadia".
Mais concretamente, na manchete digital do Financial Times, "China refaz ministérios para enfrentar o Ocidente em tecnologia", começando pelos chips ou semicondutores.
MCCARTHY NÃO VEM MAIS
Por outro lado, o FT revelou que a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, "convenceu o presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy, a se encontrarem na Califórnia em vez de Taipé, em abril, para evitar uma resposta militar chinesa, conforme tensões crescem entre Pequim e Washington".
A notícia foi corroborada pela agência Reuters e repercutiu por jornais de Taiwan como o oposicionista Lianhe Bao (United Daily News) e o governista Ziyou Shibao (Liberty Times, imagem acima), com a posição do governo local de que ainda não pode confirmar o encontro.
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