Segundo o infectologista David Uip, coordenador de um comitê de contingenciamento para enfrentar a doença no estado de São Paulo, a caracterização da OMS (Organização Mundial da Saúde) da disseminação do novo coronavírus como pandemia não muda nada no caso paulista.
Uip diz que São Paulo já vinha se preparando para esse cenário.
"Nós já vínhamos com os procedimentos nesse sentido. Não tem nenhuma mudança de cenário. O que houve foi demora [da OMS] para classificar dessa forma", afirma.
"Mas não tem motivo para pânico, e São Paulo está fazendo todos os procedimentos para tratar a doença", completa.
Ele ressalta que São Paulo precisará de repasses do governo federal para conseguir criar mais leitos de UTI e para comprar equipamentos e insumos no tratamento de pacientes contaminados.
No final de fevereiro, o governador João Doria (PSDB) anunciou a destinação de R$ 30 milhões para a prevenção contra o vírus.
Segundo Uip, o estado precisará de mais recursos para dar o próximo passo do combate ao coronavírus, com mais foco no tratamento dos infectados do que na campanha de conscientização. No entanto, o infectologista disse não saber de quanto precisará de recursos do governo federal.
"Vamos precisar, sim. Não se trata apenas de dinheiro, mas também de receber equipamentos e medicamentos. Dessa forma, fica difícil calcular o valor exato de que precisaremos. Estamos conversando com o Ministério da Saúde sobre isso", afirma Uip.
A avaliação é de que o número de contaminados deve continuar aumentando e o estado precisa estar preparado para receber um número crescente de pacientes.
Os médicos do grupo estão elaborando novos protocolos de internação e de tratamento para apresentá-los até quinta-feira (12).
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