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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Maranhão comprou da China, mandou para Etiópia e driblou governo federal para ter respiradores

Depois de ter sido atravessado por Alemanha, EUA e governo federal, estado montou operação de guerra

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Plano Para conseguir transportar 107 respiradores e 200 mil máscaras da China, o governo do Maranhão precisou montar o que tem chamado de uma operação de guerra com o envolvimento de 30 pessoas e custo de R$ 6 milhões. A logística foi traçada depois de terem reservado respiradores algumas vezes e terem sido atravessados por Alemanha, EUA e pelo próprio governo federal.

Em março, a gestão Flávio Dino (PC do B) reservou a compra de um lote de respiradores de uma fábrica de Santa Catarina, mas viu o governo federal bloquear a transação e distribuir os equipamentos segundo seus critérios.

Respiradores a caminho de aeroporto na China
Respiradores a caminho de aeroporto na China - Arquivo pessoal

Na sequência, reservou 150 respiradores na China, mas a Alemanha passou na frente, pagou mais e levou o pacote. Pouco depois, a frustração se repetiria, com os norte-americanos interferindo na negociação. No começo do mês, situação similar aconteceu com o governo baiano.

Rota Com a ajuda de uma importadora maranhense, o governo estadual passou a negociar com uma empresa de Guangzhou, que enviou os respiradores para a Etiópia, com o objetivo de escapar do radar da Europa e dos EUA.

O secretário estadual Simplício Araújo, de Indústria e Comércio, que coordenou a empreitada, diz que o cargueiro que saiu da China e aterrissou em São Paulo teve o frete pago pela mineradora Vale.

Ao chegar a São Paulo, a mercadoria foi colocada em avião fretado da Azul e mandada para o Maranhão, para só lá ser desembaraçada na Receita.

Respiradores dentro de avião, a caminho de São Luis
Respiradores dentro de avião, a caminho de São Luis - Arquivo pessoal

Urgência A liberação na alfândega não foi feita em SP para evitar que o governo federal retivesse os respiradores, como tem acontecido. A operação durou 20 dias e os equipamentos desembarcaram em São Luís na terça -feira (14).

"Se não fizéssemos dessa forma, demoraríamos três meses para conseguir essa quantidade de respiradores. Assim que os equipamentos chegaram já os conectamos para ampliar a nossa oferta de leitos de UTI", diz Araújo. Parte significativa dos R$ 6 milhões da operação foi paga por um grupo de empresários da região.

Atualmente, afirma o secretário, 60% dos leitos de UTI do estado estão ocupados, e há 630 casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus. "Se o aumento do número de casos continuar nesse ritmo, na semana que vem estaremos estrangulados", prevê.

Respirador comprado da China em funcionamento no Maranhão
Respirador comprado da China em funcionamento no Maranhão - Arquivo pessoal

Com Mariana Carneiro e Guilherme Seto

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