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Audiência judicial sobre cloroquina no PI é interrompida por debate político

Defensor de medicamento cita Bolsonaro e diz que testes são 'baboseira científica'

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O uso da cloroquina em pacientes em estágio inicial da Covid-19 foi tema de debate político durante audiência virtual da Justiça Federal no Piauí nesta terça (19). Na ação, o MP pede que o medicamento seja prescrito a pacientes com sintomas leves, como vem sendo feito em hospital em Floriano, no interior do estado.

O virologista Paolo Zanotto, da USP, que é favorável ao uso do medicamento, foi interrompido pela juíza Marina Rocha Cavalcanti Barros Mendes quando atacou críticos de Jair Bolsonaro e chamou de “baboseira científica” os testes clínicos com cloroquina.

Segundo relatos, a juíza disse que não era o local para discutir política.


Francisco Cardoso, do Emílio Ribas, também foi enfático. Segundo os presentes, o médico disse que os que não estão prescrevendo a cloroquina para o tratamento precoce da doença "estão lavando as mãos com o sangue de milhares de pacientes que estão morrendo".

A audiência foi paralisada pela juíza após 5 horas, que convocou nova audiência para quinta (21). Além de médicos favoráveis à droga, estavam presentes representantes das secretarias de saúde de Teresina, do Piauí, além de emissários do Ministério da Saúde.

Os técnicos da pasta informaram que o ministério lançará um "guia" para orientar os médicos sobre o uso da cloroquina no estágio inicial da doença, e não um protocolo, como chegou a ser divulgado pelo governo.

A afirmação provocou dúvidas entre os presentes. Como um guia e não um protocolo, o documento seria apenas um informativo, e não de aplicação obrigatória pelos médicos, segundo os servidores locais que administram a rede do SUS.

Em sua avaliação, se o texto publicado sair dessa forma, a rotina de manejo de pacientes tende a pouco ser alterada. Isso porque seguirá sendo obrigatória a autorização para uso do medicamento pelo paciente ou por sua família e a aplicação dependerá da avaliação do médico.

Especialistas críticos ao uso da cloroquina também participaram da audiência, como o neurocientista Miguel Nicolelis, que coordena um grupo de notáveis que vem assessorando os governadores do Nordeste, e a bióloga Natalia Pasternak.

Nicolelis afirmou que os grupos acadêmicos com os quais troca informações no exterior têm informado que não há evidências de que a cloroquina tem efeitos positivos no combate ao coronavírus. E que planeja elaborar uma carta recomendando que médicos não usem o remédio.

Com Mariana Carneiro e Guilherme Seto

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