Pessoas próximas ao executivo Rubem Novaes, 74, dizem que ele estava cansado da política em Brasília e quer falar o que pensa sem ter que lidar com os efeitos negativos de suas declarações.
De saída do Banco do Brasil, Novaes deve seguir como assessor especial de Paulo Guedes (Economia), time do qual já fazem parte os decanos Guilherme Afif Domingos e Aloísio Araújo.
Nos bastidores, o executivo travava uma queda de braço com o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Bruno Dantas desde que veio à tona a sua declaração chamando a corte de "usina de terror".
A fala ocorreu na reunião ministerial do dia 22 de abril, quando Novaes também defendeu a privatização do Banco do Brasil. As declarações reverberaram negativamente também entre parlamentares do centrão, bloco que se aproximou de Jair Bolsonaro.
Em seguida, Novaes defendeu o aporte de verba do banco em site de fake news, após Carlos Bolsonaro criticar a interrupção preventiva feita pela área de marketing do BB.
Com resposta, o TCU sustou parte relevante da publicidade do BB na internet e o banco, como mostrou o Painel, alega que estava tendo prejuízo. Mesmo assim, a chance de revisão na corte era considerada pequena.
Apesar disso, a saída do executivo não era esperada na classe política e pegou de surpresa também membros da equipe econômica, que não sabiam explicar o motivo da demissão.
Ainda não se sabe quem ocupará o seu posto --Novaes fica no cargo até meados de agosto. Mas já se sabe que não haverá uma "dança das cadeiras" nos bancos estatais. Pedro Guimarães deve ficar na Caixa.
Com Mariana Carneiro, Guilherme Seto e Nathalia Garcia
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