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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Funcionário da Prefeitura de SP diz ter levado 'socão no peito' de vereador e registra boletim de ocorrência

Camilo Cristófaro diz que apenas se defendeu em empurra-empurra com primo de outro vereador

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Um funcionário da subprefeitura do Ipiranga, em São Paulo, Décio Oda, 62, registrou boletim de ocorrência em que diz ter sido xingado e agredido fisicamente pelo vereador Camilo Cristófaro (PSB), que teria invadido uma reunião da qual ele participava com outros servidores da Prefeitura de São Paulo.

Oda, que ocupa o cargo de coordenador de governo local na subprefeitura, diz ao Painel que Cristófaro teria lhe dado "um socão" no peito, ocasionando sua queda.

Cristófaro diz que foi um empurra-empurra e que apenas se defendeu. Ele também afirma que a subprefeitura do Ipiranga é uma "capitania hereditária" do vereador Aurélio Nomura (PSDB), de quem Oda é primo, e que não tem atendido igualmente a todos os vereadores.

O boletim de ocorrência registrado por Décio diz que na sexta-feira (10) ele estava em reunião de gabinete com a subprefeita, Rosiris de Fátima, quando Cristófaro entrou na sala procurando o chefe de gabinete, Rodrigo Bagnatori, que estava no encontro.

Ao reconhecer Oda, diz o boletim, Cristófaro teria se dirigido a ele de maneira agressiva. "Você é um fracassado, um derrotado, vai tomar no seu c*", teria dito. Oda diz ao Painel que então se levantou para acalmar Cristófaro, que o teria empurrado. Ele diz que machucou o pulso ao cair no chão, mas sem gravidade.

O boletim ainda diz que Cristófaro teria verbalizado ameaças ao sair. "Vou transformar esta subprefeitura em um inferno".

O motivo da irritação do vereador teria sido uma ligação da subprefeita na qual ela questionava a retirada de equipamentos de ginástica e a pintura indevida de vagas para carros em uma praça da região por Cristófaro e funcionários seus.

Oda diz ao Painel que conversou com policiais militares que viram a ação, e eles responderam que não puderam fazer nada por se tratar de um vereador.

Cristófaro diz que não houve agressão a Décio Oda e que não bateu em funcionário algum da prefeitura, já que não considera cargo de confiança um funcionário. Disse que foi empurrado e empurrou de volta.

Ele explica que os equipamentos de ginástica foram retirados, sim, mas que já foram devolvidos ao local original. "Já que eles não fazem, faço eu. Estão reformados e recolocados na praça".

Cristófaro se diz indignado com a influência do vereador Aurélio Nomura na subprefeitura do Ipiranga, e destaca que Rosíris, a subprefeita, e Décio Oda, que, segundo ele, é o "homem que manda na subprefeitura", foram colocados nesses cargos por influência do tucano.

"É impossível ter uma subprefeitura comandada por um só vereador. Só atendem quem é do agrado do vereador Nomura".

Nomura confirma ter influenciado na escolha dos nomes, mas que eles têm um trabalho elogiado por outros vereadores e que o boletim de ocorrência não tem qualquer relação com as nomeações.

"O Décio é, de fato, meu primo. É um cargo de R$ 3.000, algo assim. A subprefeita nunca trabalhou no meu gabinete. É uma funcionária pública de anos. Trabalhou com diversos prefeitos. Estava na Câmara e eu chamei para que ela ficasse no cargo de subprefeita. Mas ele [Cristófaro] está juntando situações que não têm nada a ver uma com a outra", diz.

"Ele quer mandar, quer que as coisas sejam feitas como ele quer e na hora, o que é ainda mais difícil na época em que estamos, com coronavírus", completa.

A Prefeitura de São Paulo disse que não comentará o assunto.

Com Mariana Carneiro e Guilherme Seto

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