Secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações do governo Jair Bolsonaro (sem partido), Júlio Semeghini Neto assinou moção de solidariedade a Geraldo Alckmin (PSDB) após o ex-governador ter sido denunciado pelo braço eleitoral da Lava Jato sob acusação de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral (caixa dois).
A lista de apoio tem 62 nomes, e Semeghini é identificado nela como ex-secretário de Economia e Planejamento, cargo que ocupou quando fez parte da equipe do governo de São Paulo de Geraldo Alckmin.
Semeghini tem ligação histórica com o PSDB, tendo sido deputado federal por quatro mandatos pelo partido. Mais recentemente, foi secretário de Governo da Prefeitura durante a gestão de João Doria (PSDB), desafeto de Bolsonaro.
A relação de Jair Bolsonaro e seus seguidores com o partido dos tucanos tem sido conflituosa. Em março, o presidente vetou a nomeação de Maria do Carmo Brant de Carvalho para a secretaria de Diversidade Cultural devido à filiação da pesquisadora ao PSDB.
As denúncias e operações da PF relacionadas ao ex-senador José Serra e Alckmin foram comemoradas por bolsonaristas nas redes sociais.
"Alguém viu algum 'isentão biografado' parabenizar ações no sentido de averiguação de ilegalidades, para não ser deselegante, nos recentes casos Serra, Gulosinhos e Alckmin (Ramphastidae), como fizeram ao enaltecer movimento de censurar opositores?", escreveu o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) .
"Por onde anda o FHC hein? Ele há algumas semanas não parava de falar, aparecia em toda parte, e na maior parte do tempo falando em impeachment de Bolsonaro. Nas desde que a PF pegou o Serra, ele desapareceu. Por que será?", escreveu o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB).
Procurado pelo Painel, Semeghini não teceu comentários.
Com Mariana Carneiro, Guilherme Seto e Nathalia Garcia
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