Demitido da presidência do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) por decisão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o coronel da Polícia Militar de São Paulo Homero Cerqueira diz ao Painel que foi acusado pelo ministro de fazer autopromoção por meio de lives.
"Vinha fazendo o trabalho que o governo queria, uma reestruturação do ICMBio, mas não ficou a contento do ministro. Fiz lives para comemorar o aniversário de 13 anos do instituto e ele disse que não gostou", afirma Cerqueira, exonerado nesta sexta-feira (21).
Além das lives, Cerqueira diz que Salles também se incomodou com a distribuição de medalhas a funcionários, como mostrou reportagem da Folha.
"Disse que eu estava fazendo autopromoção. Mas eu, como comandante, sempre elogio os bons", diz o ex-presidente do instituto.
Ele diz que a conversa com Salles foi breve.
"Falou [comigo], mas ele queria que eu pedisse demissão, e eu disse que não, que estava fazendo um bom trabalho". Sobre a acusação de estar tentando se promover, disse que não entendeu direito e preferiu ficar em silêncio.
"Fico chateado, vinha fazendo um bom trabalho. Não sei o porquê da exoneração. A história vai contar", diz Cerqueira.
Sobre o trabalho de Salles à frente do ministério, diz não ter nada a falar.
Criado em 2007, o ICMBio tem como função propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as unidades de conservação instituídas pela União. Cabe ao órgão também fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da biodiversidade e exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades.
Cerqueira é o segundo presidente do ICMBio sob a gestão de Ricardo Salles. Em maio do ano passado, o ambientalista Adalberto Eberhard pediu demissão após o ministro ameaçar instaurar processos contra servidores que não compareceram a um evento com a sua presença no Parque Nacional da Lagoa do Peixe (RS).
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