Painel

Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel

Secretário que cuidou de Copa e Olimpíada rebate ministro da Justiça e diz que relatório sobre antifascistas é fora da lei

Andrei Rodrigues se irritou com comparação feita por Mendonça de que documentos semelhantes foram produzidos sob seu comando

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Responsável pela segurança da Copa de 2014 e da Olimpíada do Rio, o delegado da Polícia Federal Andrei Rodrigues classificou como desproporcional, desarrazoada e fora da lei a produção pelo Ministério da Justiça de relatório sobre grupos identificados como antifascistas. Ele se irritou com a comparação feita pelo ministro André Mendonça, de que documentos semelhantes foram elaborados sob seu comando. A diretoria de inteligência da pasta se reportava a Rodrigues entre 2013 e 2017, no governo Dilma.

Para a comissão mista de Controle da Atividade de Inteligência do Congresso, Mendonça deu exemplos de relatórios produzidos no governo Dilma Rousseff (PT) sobre a atuação dos black blocs entre 2013 e 2014. Também citou caso que envolveu o hoje deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), líder do MBL, na época em que defendia o impeachment da petista.

“Nos competia a produção de conhecimento para atividade de polícia judiciária, com controle externo, para auxiliar investigações, ainda que de forma preventiva. Não nos competia inteligência de estado. São coisas diferentes. A lei é clara sobre isso”, diz Rodrigues ao Painel.

“Divirjo de qualquer paralelo que possa ser feito. Posso dizer categoricamente que a atividade de inteligência que a gente fez não guarda relação com isso, de monitorar pessoas por matizes ideológicas. Até hoje a gente não sabe se os black blocs eram de esquerda ou de direita”, completa. Apesar das críticas, afirma não ter visto o relatório de agora.

“Nossos relatórios sempre tinham relação com algum crime investigado. E o de agora? Ser contra o fascismo não é crime. Fico espantado de ver o ministério produzir um documento dessa natureza, que não guarda relação com a lei”, diz. Antes de ser secretário extraordinário de Grandes Eventos, Rodrigues chefiou a segurança de Dilma nas duas eleições.

Reportagem do UOL de fim de julho apontou que um relatório feito na Secretaria de Operações Integradas teria fotografias e endereços de redes sociais sobre 579 professores e policiais identificados como antifascistas.

Em resposta, Mendonça anunciou a abertura de sindicância e, como revelou o Painel, demitiu Gilson Libório Mendes, que comandava a diretoria de Inteligência (Dint), responsável pelo documento.

Atualmente no guarda-chuva da Seopi, a Dint já esteve em outras secretarias antes, como foi o caso de 2013 a 2017, na secretaria extraordinária de Grandes Eventos.

Após reunião com parlamentares no Congresso, o Ministério da Justiça soltou nota sobre o caso. Entre outras coisas, disse que "o ministro respondeu todas as perguntas formuladas e reafirmou não admitir qualquer ato ou conduta à margem dos princípios constitucionais ou das normas que regem a atividade de inteligência, especialmente se tiver por fim a prática de perseguição ou cerceamento de liberdades individuais de quem quer que seja."

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.