A estocada de Jair Bolsonaro ao falar sobre o 5G no discurso à ONU, em que citou liberdade, soberania e proteção de dados como critérios, não foi ignorada pela China. “Esperamos que as regras [de definição do sistema] sejam objetivas, transparentes, não discriminatórias e respeitem as normas básicas do sistema econômico mundial”, disse Qu Yuhui, ministro-conselheiro da embaixada chinesa. A ordem, no entanto, é não elevar a temperatura e insistir no diálogo com o Brasil.
Os EUA têm trabalhado contra a chinesa Huawei no 5G em contatos com parlamentares e executivos. Não é pouco. Todd Chapman, embaixador no Brasil, já emplacou duas vitórias: ampliação da cota do etanol e uso da Base de Alcântara (MA).
Para as operadoras de telefonia, a consequência da retirada dos chineses do 5G seria a redução da cobertura da tecnologia. Como os equipamentos americanos são 30% mais caros, 30% menos localidades do país seriam atendidas.
A previsão é que os militares agirão para restringir a compra de equipamentos chineses. A área técnica do governo não vai se mexer. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, tem dito que a decisão será de Jair Bolsonaro.
Tiroteio
Bolsonaro foi falacioso ao dizer que índios são culpados pelos incêndios, e isso atrapalha nosso comércio no mundo
De Alex Manente, deputado (Cidadania-SP) e secretário de Relações Internacionais da Câmara, sobre discurso do presidente na ONU
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