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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Irmãos Bolsonaro e membros do governo visitaram indígenas na Amazônia sem usar máscaras

Liderança indígena diz que encontro foi 'absurdo' e 'irresponsabilidade muito grande'

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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) visitaram uma aldeia indígena no Amazonas sem usar máscaras de proteção contra a Covid-19.

Uma foto foi publicada na segunda-feira (21) nas redes sociais do presidente da Embratur Gilson Machado Neto, que fez parte do grupo que participou da visita. Além dele, Jorge Seif Júnior, secretário de Aquicultura e Pesca, aparece nas imagens, todos sem máscaras.

Eduardo e Flávio Bolsonaro com indígenas na Amazônia, com Jorge Seif (de colete) e Gilson Machado Neto (de verde, à esq.)
Eduardo e Flávio Bolsonaro com indígenas na Amazônia, com Jorge Seif (de colete) e Gilson Machado Neto (de verde, à esq.) - Reprodução

"Nada se compara ao nosso país quando o assunto é turismo de natureza, etnoturismo e sustentabilidade.
Aqui na Amazônia 97% da área do estado são de florestas preservadas. Gastronomia indígena inclui raízes, caças, pescado e formigas, por sinal são uma fonte farta de proteínas e uma iguaria. Agradecer ao pessoal do batalhão ambiental que nos deu total apoio nessa missão", escreveu Machado na legenda das imagens.

O sistema imunológico dos indígenas é reconhecidamente mais sensível em relação ao da população urbana, já que eles não têm histórico de interação com os mesmos vírus e bactérias, e a exposição à Covid-19 implica em riscos mais graves.

O advogado Luiz Eloy, liderança indígena, diz que a foto revela um "absurdo".

"Fica bem visível o posicionamento de um governo que não tem responsabilidade com os protocolos sanitários e que coloca em risco a vida das comunidades indígenas", diz.

"Quando um vírus entra na aldeia, é muito diferente o impacto que tem no contexto urbano. Se você tem o ingresso de uma pessoa contaminada na aldeia, você tem o imediato espalhamento do vírus. Existe o risco concreto de ter a morte coletiva de comunidades inteiras. É uma irresponsabilidade muito grande. Mais um crime muito grave contra os povos originários do país", completa.

Segundo levantamento da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), 32.990 indígenas já foram contaminados pela Covid-19 e 825 morreram, afetando 158 povos.

Nesta terça-feira (22), em discurso à Assembleia da Organização das Nações Unidas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou atribuir a índios e caboclos a responsabilidade pelas queimadas no Brasil.

O governo federal tem sido criticado internacionalmente por suas políticas na área ambiental e sofre pressão para que sejam implementadas mudanças, sob risco de ruptura em tratativas comerciais.

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