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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Descrição de chapéu Eleições 2020

Após declarar uso de fundão eleitoral, Carlos Bolsonaro diz que doará valor para caridade

Folha revelou no sábado uso de R$ 22 mil da verba pública, o que contradiz discurso da família do presidente

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Três dias após o Painel revelar o uso de R$ 22 mil do Fundo Eleitoral, o verador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), candidato à reeleição, publicou em suas redes sociais nesta terça-feira (27) um texto afirmando que tentou devolver a verba, mas que, como não conseguiu, vai fazer uma doação em igual valor para a caridade.

Apesar de o presidente Jair Bolsonaro ter sancionado o Fundo Eleitoral de R$ 2 bilhões, o discurso da família é contrário ao uso da verba. O presidente chegou, inclusive, a gravar vídeo recomendando seus apoiadores a não votar em candidato que usa o fundo.

"Desde sempre nos colocamos contra o tal fundão eleitoral. No início da campanha informamos que não aceitaríamos verbas do fundão. Prova disso é que nunca houve doação direta desta fonte para minha candidatura", escreveu Carlos nesta terça.

"Porém, recentemente, tomamos conhecimento da origem dos recursos dos materiais doados pelo partido (adesivos e cartões de apresentação) após realizarmos a última prestação de contas. (...) Nos mobilizamos para devolver tais recursos, mas via de regra não existe essa opção. Assim sendo, respeitando nossos princípios, me comprometi a, periodicamente, destinar parte do meu salário a entidades que promovam a caridade ou as pautas de nossos eleitores, até chegar ao valor equivalente, cerca de R$ 22 mil", afirmou o vereador.

Procurado no sábado, por meio de sua assessoria, ele não havia se manifestado até agora. O dinheiro do fundo diz respeito a custo estimado de material de propaganda conjunto doado pela campanha de Marcelo Crivella (Republicanos), candidato à Prefeitura do Rio.

"Além disso, assinamos documento nos comprometendo a não utilizar nenhum tipo de recurso, direto e ou indireto, oriundo do partido, via fundão eleitoral. A campanha continua e a captação de recursos seguirá somente através de doações voluntárias", conclui a mensagem do vereador em suas redes sociais.

Em janeiro, Bolsonaro sofria pressão de parte de sua base eleitoral para que vetasse o direcionamento de R$ 2,035 bilhões para financiar a campanha de prefeitos e vereadores neste ano. Após ameaçar veto, o presidente sancionou a medida sob o argumento de que era pressionado pelos partidos e pela legislação, mas adotou um discurso bastante crítico.

"Eu lanço a campanha aqui, não vote em parlamentar que recebe fundão", disse Bolsonaro em janeiro, em meio a aplausos de apoiadores. "Eu me elegi com R$ 2 milhões, via campanha na internet, e 8 segundos na televisão. Quem quer muito tempo e muito dinheiro, quer esconder a verdade. O parlamentar, especial que já tenha mandato, ele tem o momento para se fazer presente junto à população, de modo que não precise de dinheiro para sua reeleição ou até mesmo eleição para os novos que estão entrando na política", acrescentou, à época (veja o vídeo).

Apesar do discurso, Bolsonaro foi beneficiário de dinheiro público para suas campanhas, inclusive para a presidencial, em 2018, conforme revelaram reportagens da Folha.

Além de Carlos, a ex-mulher de Bolsonaro Rogéria (Republicanos), também candidata a vereadora no Rio com o apoio do clã, declarou recebimento de R$ 100 mil do Fundo Eleitoral. Ela é mãe dos três mais velhos do presidente. Rogéria não se manifestou.​

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