A mudança de rumo do governo e a empolgação com a velha política levaram Jair Bolsonaro para o meio de uma disputa regional, nesta quinta (5). Juntos no mesmo palanque em Alagoas estiveram o presidente, Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Fábio Faria (Comunicações) e políticos da região, incluindo o outrora crítico Fernando Collor. O anúncio de obras de água à população virou um comício com vaias ao clã dos Calheiros (MDB) e a favor do grupo de Arthur Lira (PP).
A pequena cidade de Piranhas (AL), com 25 mil habitantes, é disputada pela atual prefeita, Maristela (PP), apoiada por Lira, contra o candidato do governador Renan Filho (MDB-AL), Tiago Freitas (MDB).
Bolsonaro colocou no palco uma criança, dando-lhe a palavra para que fizesse um pedido. Uma escola militar, disse o garoto, sob aplausos do público. Renan Filho foi um dos governadores que não aderiram ao programa federal para a implantação de escolas cívico-militares. Em fevereiro, o presidente criticou os políticos que rejeitaram sua proposta.
Marinho, que vive conflito com Paulo Guedes (Economia), fez discurso para exaltar a importância de obras. Teve de interromper algumas vezes por causa de vaias para Renan Filho e aplausos para Lira.
Falou até sobre combate a corrupção, na terra do centrão. Disse que o presidente, cujo filho foi denunciado sob acusação de rachadinha nesta semana, poderia bater no peito e dizer que não há casos de corrupção no governo. Collor, réu da Lava Jato, estava sentado ao lado do chefe do Executivo.
Em maio, o ex-presidente e senador criticou Bolsonaro pelos acordos obscuros com centrão.
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