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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Descrição de chapéu diversidade eleitoral

Excluída da lista de personalidades da Fundação Palmares, Leci Brandão diz que Sérgio Camargo é 'um imbecil'

Para deputada estadual, presidente do órgão, cujo nome ela não pronuncia, foi escolhido por ser um alienado

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Retirada da lista de personalidades históricas da Fundação Palmares, Leci Brandão (PC do B), 76, diz que Sérgio Camargo —presidente do órgão e cujo nome ela não pronuncia— foi escolhido por ser um alienado. O nome dela foi excluído em movimento que também tirou os de Martinho da Vila, Gilberto Gil, Milton Nascimento, e outras figuras de contribuições importantes para a cultura nacional.

“Quer aparecer, está sempre procurando uma forma de humilhar, desmerecer. Quer desmontar toda uma história, uma verdade que existe aí”. Sobre Camargo ter decidido não celebrar o Dia da Consciência Negra em 2020, a deputada estadual e sambista afirma se tratar de um imbecil.

“Não entendeu o quanto a população negra tem uma felicidade, a gente se sente fazendo parte realmente da história desse país. Nós fazemos parte de tudo o que está aí. Você não pode olhar costumes, cultura, arte, e não falar da população negra. Estamos em tudo isso”, afirma. "É um cidadão que não pesa em nada, não significa nada para mim".

Ela também não diz o nome do presidente Jair Bolsonaro. "Acabou com nosso país. Querem que a gente fale deles, então não falo. Estou pedindo a Deus que chegue logo 2022 para que o povo se conscientize e veja que só andamos para trás com esse povo". "Todo esse desgoverno foi escolhido a dedo. Um pior que o outro. E outra também", afirma.

Ela diz que o pleito de 2020 destacou para ela a esperança de renovação política.

“Quando você olha para os três Poderes da nação, eles não têm nossos rostos. Mas as eleições municipais me deram alegria”, completa a sambista. "O dia desta vez é mais importante porque estamos vendo negras e negros no poder".

Leci Brandão diz que a tragédia de George Floyd, morto por sufocamento nos EUA, colocou o debate racial em patamar de repercussão inédito no Brasil. E as eleições de 2020 fazem com que os negros “respirem melhor” por se verem mais representados.

“Agora já vai ser diferente. Somente com nossa participação ativa no poder que poderemos fazer leis para que mude a questão dos direitos no país. A população negra precisa de direitos”, analisa. A Folha mostrou que 32% dos prefeitos eleitos em primeiro turno se declararam negros (pretos ou pardos) nesta eleição. Em 2016 foram 29%.

Leci destaca que a felicidade —que não chega a ser exultante, pois esperava ainda mais das eleições— vem das vitórias das candidaturas da diversidade, e não só da negritude.

"Eu sou antiga, minha batalha é desde os anos 1970, desde quando falo dessas questões. Tive meus castigos também na vida artística por falar muito de problema racial, social, e de falar do 'gay power'. Naquele tempo não tinha [a expressão] LGBTQIA+. Era 'gay people'. E a gente, nos anos 1970, já fazia músicas em homenagem a eles", lembra.

"Agora o mundo abriu, a internet ajudou, e não tem mais tanto tabu. Todo mundo fala de forma natural. E essas pessoas foram eleitas, o que mostra que a cabeça da sociedade está se abrindo mais, abrindo espaço para entender e respeitar o outro", analisa.

Em São Paulo, ela torce pela vitória de Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno contra Bruno Covas (PSDB) e prega a união de siglas de esquerda.

"PSOL é um partido que vem crescendo paulatinamente, vem mostrando que tem lado de fato. Quem é de esquerda tem que se unir, fazer frente ampla, muito forte. Temos que mudar para melhor. As pessoas estão muito tristes, não podemos deixar que isso aconteça".


Tiroteio

Tem gente que fala muito, tem muita opinião, mas não entrega os resultados esperados
Do ministro André Mendonça (Justiça), ao defender o balanço de sua gestão à frente da pasta em live com Jair Bolsonaro


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