Um instituto que teve a divulgação de pesquisa de intenção de votos barrada pela Justiça após PSDB e PSOL denunciarem viés pró-Márcio França (PSB) tem um amigo do candidato como diretor-presidente.
As siglas argumentaram que o nome de França foi apresentado antes da pergunta sobre quem o entrevistado votaria, o que beneficiou o político do PSB. A chapa de Bruno Covas também apontou conflito de interesses —o Instituto Badra fez vídeo de campanha para França.
Enquanto França foi vice-governador e governador de São Paulo (2015-2018), Maurício Juvenal era chefe de gabinete da secretaria de Desenvolvimento Econômico (chefiada por França) e secretário de Planejamento.
Antes de perguntar sobre quem o entrevistado votaria na eleição de agora, os pesquisados do Badra questionavam quem a pessoa havia escolhido na disputa para o governo de SP em 2018, França ou João Doria (PSDB).
Juvenal diz ao Painel que a Badra não tem qualquer relação com França e que o candidato nunca tentou influenciar nas pesquisas. "Não é do meu perfil atender pedidos nada nobres e, muito menos, do Márcio França fazer esse tipo de pedido. Aliás, a postura que a Badra adota já inibe qualquer um de fazer pedido torto ou tentar influenciar o que for", diz.
Ele também afirma que trabalha dentro da mais rigorosa norma técnica, ética e jurídica.
Sobre o vídeo de campanha, afirma que foi uma ação voluntária, sem remuneração. Diz que não teve qualquer relação com a campanha de 2018 de França e nem com a atual e que jamais foi filiado ao PSB.
França diz ser um "amigo respeitoso" de Juvenal. "Ele é um profissional competente, tenho certeza de que ele faz as suas coisas com ética, e o fato de sermos amigos não interferiria em nada do que ele faz", completa.
Ele também diz ser amigo de outros representantes de institutos de pesquisa e que é injusto induzir que isso implique irregularidades.
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