A Justiça Eleitoral suspendeu nesta terça (10) propaganda da campanha de Márcio França (PSB) sob suspeita de que ele tenha tido acesso a informação privilegiada do Instituto Badra, que tem seu amigo Maurício Juvenal como diretor-presidente, como revelou o Painel.
O pedido de interrupção da exibição do material foi da chapa de Bruno Covas (PSDB), acolhido por decisão liminar do juiz Guilherme Silva e Souza.
A propaganda exibida nesta terça (10) mostra dados de pesquisa de intenção de voto do Badra divulgada pouco depois da meia-noite. No entanto, os candidatos só podem enviar peças de TV às emissoras até as 17h do dia anterior à exibição. Dessa forma, França teria que ter tido acesso aos dados da pesquisa já na segunda (9).
Procurado, o Badra diz que cumpriu à risca todos os procedimentos. A campanha de França afirma que não se pronunciará.
França e Juvenal são próximos e definiram-se como amigos à coluna. No período em que o primeiro foi vice-governador e governador de SP, o segundo foi chefe de gabinete e secretário de Desenvolvimento Econômico (pasta tocada por França).
Pesquisa eleitoral do Badra foi suspensa após as chapas do PSOL e do PSDB apontarem viés pró-França na elaboração do roteiro de perguntas.
As siglas argumentaram que o nome de França foi apresentado antes da pergunta sobre quem o entrevistado votaria, o que teria beneficiado o político do PSB. A chapa de Bruno Covas também apontou conflito de interesses —o Instituto Badra fez vídeo de campanha para França.
Juvenal disse ao Painel que a Badra não tem qualquer relação com França e que o candidato nunca tentou influenciar nas pesquisas.
"Não é do meu perfil atender pedidos nada nobres e, muito menos, do Márcio França fazer esse tipo de pedido. Aliás, a postura que a Badra adota já inibe qualquer um de fazer pedido torto ou tentar influenciar o que for", afirmou.
França declarou ser um "amigo respeitoso" de Juvenal. "Ele é um profissional competente, tenho certeza de que ele faz as suas coisas com ética, e o fato de sermos amigos não interferiria em nada do que ele faz".
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