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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Descrição de chapéu Eleições 2020

Radicais se unem a Russomanno, ex-bolsonaristas a do Val, e direita mostra em SP sua cisão

Bolsonaristas apoiam o apresentador, enquanto críticos da gestão federal juntaram-se ao Mamãe Falei

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A disputa eleitoral em São Paulo tem evidenciado as cisões que tem surgido na direita brasileira desde a eleição do presidente Jair Bolsonaro. Na capital, Celso Russomanno (Republicanos) e Arthur do Val (Patriota) têm agrupado distintos grupos de apoiadores.

Enquanto o primeiro tem ganhado o endosso de radicais bolsonaristas investigados em inquérito do Supremo Tribunal Federal sobre esquemas de fake news, o segundo tem sido apoiado por direitistas que se frustraram com o presidente e o veem como uma decepção especialmente nas pautas de combate à corrupção e implantação de uma agenda liberal na economia.

Após Bolsonaro pedir de votos para Russomanno nas últimas semanas, o candidato à Prefeitura de São Paulo passou a ser defendido publicamente pelo blogueiro Allan dos Santos e os deputados estaduais Douglas Garcia (PTB-SP) e Gil Diniz (sem partido) nas redes sociais. O empresário Otávio Fakhoury doou R$ 55 mil para a campanha.

Santos e Fakhoury também são investigados no inquérito dos atos antidemocráticos contra o STF, ao passo que Garcia e Diniz foram expulsos do PSL por envolvimento em ataques a instituições democráticas, segundo avaliação do partido.

Esse apoio era esperado por Russomanno, que conta com os bolsonaristas para conter a queda nas intenções de voto registrada pelas pesquisas.

“Ô seu Celso Russomanno, espero que você ganhe, mas lembre-se de não jogar fora quem está te apoiando. Vale mais ter esses pobretões da direita ao seu lado que mil desses playboys da Faria Lima no governo. Pense nisso”, escreveu Allan dos Santos, do portal Terça Livre.

Russomanno respondeu que passou boa parte da vida como “pobretão de direita” e que conta com a participação ativa de seus eleitores no governo, sugerindo que ouvirá esses novos apoiadores em uma possível gestão.

Allan deixou o Brasil em julho para morar nos Estados Unidos. Ele passou por duas operações de busca e apreensão ordenadas pelo STF e teve perfis nas redes sociais bloqueados internacionalmente.

Douglas Garcia e Gil Diniz também publicaram declarações de voto em Russomanno. Eles não elogiaram o candidato, mas disseram que o escolherão em detrimento do PSDB.

“Permitir que os tucanos vençam as eleições é condenar a capital paulista”, escreveu Garcia. “Voto para tirar o PSDB do poder. Meu voto será no Celso Russomanno”, completou Diniz.

Próximos do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, Garcia e Diniz são apontados como operadores da disseminação de notícias falsas e ataques virtuais na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Arthur do Val, por outro lado, tem sido adotado por direitistas que, em diferentes medidas, foram próximos de Bolsonaro e se afastaram ou romperam com ele.

O presidente do Instituto Mises Brasil Helio Beltrão, o influenciador digital Nando Moura e a deputada Janaina Paschoal (PSL-SP), que já foram aliados do governo federal e então se distanciaram, hoje apoiam Arthur do Val.

Salim Mattar, ex-secretário de Desestatização do governo federal, doou R$ 25 mil para a campanha do deputado estadual. O apresentador de TV Danilo Gentili declarou que torce para que ele faça uma boa campanha e avaliou que ele parece ser bem intencionado.

Deputados estaduais e federais do Novo, que ficaram sem candidato à Prefeitura de SP após o fracasso da candidatura de Filipe Sabará, também têm conversado com Arthur do Val e seus aliados e sinalizado apoio, mas aguardam resposta do partido sobre o tema.

A própria implosão da candidatura de Sabará tem como base as rupturas na direita atualmente: de um lado, o grupo do ex-candidato, mais simpático a Bolsonaro. De outro, o grupo de João Amoêdo, crítico ao presidente.

O núcleo mais próximo de Arthur diz que ele tenta construir uma nova frente de direita independente do bolsonarismo e do olavismo.

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