O ministro-corregedor do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas, iniciou apuração sobre suposta tentativa de interferência na corte.
Conversas da Lava Jato disponibilizadas pelo STF mostram mensagem do auditor Nivaldo Dias Filho ao procurador Deltan Dallagnol pedindo "fato contundente" que impedisse a reeleição do ministro Aroldo Cedraz para a chefia do órgão, em 2015.
Na conversa, revelada pelo site Migalhas, Deltan diz que a investigação sobre Cedraz era da Procuradoria Geral da República, mas que iria jogar o assunto "no nosso grupo" para ver se alguém tinha "alguma ideia".
Cedraz, que acabou reeleito, era acusado de favorecer a construtora UTC em processos de Angra 3. A denúncia da PGR contra ele foi depois rejeitada pelo STF.
Dantas pediu acesso a ligações do TCU para números do Paraná no período das conversas, além dos e-mails trocados entre o auditor e membros da Lava Jato.
Em nota, os procuradores disseram que as mensagens "mostram somente um auditor receando a reeleição de um ministro que foi investigado pela PGR na Lava Jato, em razão de suspeitas de seu envolvimento com corrupção, e uma resposta indicando que o assunto seria objeto de reflexão".
O auditor Nivaldo Dias Filho declarou que não tem como verificar se "a narrativa publicada a partir de vazamento criminoso condiz com a verdade nas mensagens que troquei com o procurador da República em 2015, dado o tempo decorrido".
"Recordo-me de ter mantido diálogos com a referida autoridade sobre diversos temas, mas não tenho como precisar a veracidade do que foi divulgado", disse.
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