Alvo de quase toda a classe política após novo embate com o Congresso neste domingo (28), o ministro Ernesto Araújo não teve a sua continuidade à frente do Itamaraty defendida nem mesmo pela maioria dos deputados bolsonaristas.
Parte deste grupo avalia que a relação de Jair Bolsonaro (sem partido) com o Congresso é boa atualmente e não deve ser sacrificada em nome da permanência do chanceler. Desde o início da pressão para derrubar Araújo, vários dos parlamentares ficaram calados.
Eles são unânimes em elogiar Araújo e dizem que gostariam que ele não fosse demitido, mas decidiram não se envolver. “Existe pressão pela troca. Não vejo problema algum em trocar, ele já fez a sua colaboração, mas às vezes ceder tem seus ganhos”, diz Bibo Nunes (PSL-RS).
Ala dos bolsonaristas ressalta não saber o que o presidente da República quer fazer nesse caso, e diz que protestar contra a saída de Araújo talvez seja ir contra a própria vontade dele. Além disso, não veem implicância de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) com o chanceler por divergência ideológica.
Os únicos que saíram em defesa de Araújo, pouco depois de suas postagens, foram os canais do bolsonarismo radical, o que levantou a suspeita entre parlamentares de ação orquestrada nas redes sociais.
Ministros do STF engrossam o coro pela demissão do chanceler e dizem que a hora dele já passou.
Pessoas próximas de Araújo alegam que ele partiu para o contra-ataque porque o Congresso exagerou na dose. Para aliados do ministro, o Senado não deixou brecha nem para que ele tivesse uma saída honrosa da pasta ao indicar que não aprovaria sua indicação para alguma embaixada de relevo.
TIROTEIO
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