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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Quem não peca? Ele vai pagar nas urnas, diz deputado que votou por pena mais branda em caso Isa Penna

Delegado Olim (PP) diz que vê a suspensão por quatro meses de Fernando Cury como 'uma boa pena'

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O deputado Delegado Olim (PP) defende que a suspensão de quatro meses para Fernando Cury (Cidadania), que apalpou Isa Penna (PSOL) em plenário, foi "uma boa pena".

Olim foi um dos cinco membros do Conselho de Ética da Alesp que votaram por punição mais branda que a prevista no relatório de Emídio de Souza (PT), de seis meses. Agora, o resultado será encaminhado à Mesa Diretora, que irá conduzir a votação no plenário, ainda sem uma data definida.

"As urnas vão mostrar até quanto... Ainda mais porque ele é do interior. Ali já vai ser o castigo, a pena dele. A moral, a família. Já está lá embaixo. Ele se abriu, falou, mostrou tudo o que aconteceu. Ele no final pediu perdão. Quem não peca? Foi abusado? Foi. Agora vai pagar. E está pagando já, vai ficar quatro meses fora e depois vai para uma reeleição, se tiver cara de ir para uma reeleição, porque não vai ser fácil. Estou com a consciência tranquila", diz Olim.

Perguntado se achava que Cury não havia feito nada de excessivo —o deputado acusado diz em sua defesa que foi apenas um abraço—, Olim diz que ele fez, sim, mas que a punição de quatro meses é proporcional.

O deputado estadual Delegado Olim (PP) em retrato feito na Alesp
O deputado estadual Delegado Olim (PP) em retrato feito na Alesp - Bruno Santos-18.fev.2019/Folhapress

"Não acho que ele não fez nada. Acho que ele está pagando pelo que fez. Um absurdo, acho que se excedeu, com certeza alguma coisa deve ter acontecido com ele para fazer aquilo. Uma brincadeira idiota dessas acabou gerando uma situação muito ruim perante o público. Não sei como vai ser a vida dele. Da nossa parte, fiz o que achava mais justo", afirma Olim, que nega ter passado a mão na cabeça do colega ou ter sido corporativista.

A pena de exatos 119 dias impedirá o gabinete de Cury de ser desmanchado. No período, seus funcionários continuarão trabalhando, mas o deputado não receberá salário. Olim defende a decisão e diz que "a diferença de 60 dias não é a morte".

"Do jeito que eles queriam, caía todo mundo. Mandava todo mundo embora. Agora não vão mexer no gabinete. Acho que os funcionários não têm nada a ver com isso, vão continuar trabalhando normalmente. E ele vai ficar em casa. Ele pode até ir lá, mas não vota. Peso morto", argumenta.

Vídeo mostra deputado Fernando Cury apalpando a deputada Isa Penna (PSOL) durante sessão da Alesp
Vídeo mostra deputado Fernando Cury apalpando a deputada Isa Penna (PSOL) durante sessão da Alesp - Reprodução

Durante a sessão e nas redes sociais, Penna e aliados manifestaram indignação com o resultado do Conselho de Ética. "As manobras, os golpes, todo o cinismo de cinco deputados defendendo o assediador deram continuidade ao assédio que sofri", afirmou a deputada em rede social.

"O machismo dentro da Alesp tem que acabar! Esse corporativismo prevalece nas decisões mais importantes. Essa resposta pra sociedade que o conselho deu hoje é vergonhosa", completou.

Olim classificou as manifestações da deputada como "ameaças".

"Acho que quatro meses é uma boa pena para ele. Queriam dar cassação. Ele vai pagar nas urnas. Não precisa de mais. Mais do que ele vai ser julgado? A outra ficou pondo cartazes [afirmando que os deputados são] 'machistas', ameaçando todo mundo também, depois. Colocou no chat lá. Está todo mundo no veneno com ela. Começou a ameaçar todo mundo. Não sou obrigado a votar no que ela quer. Aliás, nem tenho amizade com ela. Não tenho medo de ameaça. Se tivesse, teria morrido de roubo de ladrão de banco, não de um pessoal do PSOL", afirma o parlamentar.

O deputado Fernando Cury (Cidadania) durante entrevista
O deputado Fernando Cury (Cidadania) durante entrevista - Carol Jacob-26.jan.2021/Alesp

Segundo Olim, ele e outros colegas repensaram os votos ao supostamente perceberem que um grupo havia se reunido previamente para combinar que votariam pela pena proposta pelo relator.

Ele diz que pretendia votar a favor do relatório de Emídio, que previa a pena dos seis meses, mas mudou de ideia de última hora depois dessa percepção.

"Eu ia conversar que achava a pena pesada, mas ia votar com o relator. Mas quando eu vi esse conluio [mudei o voto]. Todo mundo ficou no veneno, a gente se falou por telefone. 'O que está acontecendo, eles tiveram uma reunião antes para prejudicar o cara?'", alega. "Não pode para ajudar nem para prejudicar".

"Com certeza [fez perderem votos]. Porque eu fiquei muito invocado quando começaram a falar", diz Olim. "Fiquei invocado, por isso fui com o outro, com o voto em separado (...) Articularam mal e acham que mandam na Alesp."

Votaram pela punição mais branda os deputados Wellington Moura (Republicanos) (autor do voto em separado que venceu o do relator), Alex de Madureira (PSD), Adalberto Freitas (PSL), Delegado Olim (PP) e Estevam Galvão (DEM).

Foram derrotados Emidio de Souza (PT), Erica Malunguinho (PSOL), Maria Lúcia Amary (PSDB) e Barros Munhoz (PSB).

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