Políticos experientes e magistrados falam em ignorar Jair Bolsonaro na confusão criada sobre a CPI da Covid. Eles dizem ver na ação a busca pelo conflito, terreno preferido do presidente. Além do descrédito de Bolsonaro, o outro personagem, Jorge Kajuru (Cidadania-GO), é tratado como de baixa relevância.
A avaliação é um retrato da realidade: a tentativa de sufocar uma CPI, com ameaças ao STF, seria considerada gravíssima em qualquer lugar, mas não é levada a sério no Brasil.
Governistas e oposição não sabem nem mesmo de que lado devem ficar. Kajuru e Bolsonaro acumulam episódios controversos e poucos acreditam o suficiente em qualquer um dos dois para decidir qual lado tomar. No STF, ministros falam em Carnaval.
A própria CPI é tratada com descrédito, por ora. Travada por Rodrigo Pacheco (DEM-MG), estava adormecida, com pressão insuficiente para ser desengavetada, até que foi ressuscitada artificialmente pelo ministro do STF Luís Barroso, acreditam. E deve voltar ao segundo plano em breve devido à pandemia.
Existe indeterminação também sobre as características da CPI. Ainda que já se saiba os partidos que vão definir os indicados, a relação oscilante de Bolsonaro com os parlamentares faz com que ele tenha apoiadores e opositores dentro de uma mesma sigla em proporção incomum.
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